O Ministério da Agricultura espera que o restabelecimento das exportações de carne para os Estados Unidos ocorra em menos de um mês. ?Em um espaço de tempo muito breve, não posso precisar, mas acredito que em menos de um mês, nós conseguiremos restabelecer essas exportações?, disse Nelmon Oliveira da Costa, do Departamento de Inspeção do Ministério da Agricultura.
O governo brasileiro suspendeu ontem a venda do produto após uma missão norte-americana encontrar ?não-conformidades? em alguns dos itens do acordo sanitário firmado entre os dois países. A missão concluiu os trabalhos no Brasil no final do mês passado.
Segundo Costa, a suspensão foi uma medida preventiva. ?Não foi detectada pela missão norte-americana nenhuma falha grave que comprometesse a qualidade do produto?, disse.
A missão inspecionou 15 frigoríficos brasileiros por cerca de 40 dias. A segurança da carne brasileira nunca foi questionada, segundo o representante do ministério.
Costa explicou que o governo preferiu tomar essa medida para que os EUA não alegassem que o Brasil não cumpriu o acordo. Isso, eventualmente, poderia levar o próprio governo norte-americano a suspender a compra de carne proveniente do Brasil.
?Nós teríamos muito mais dificuldades em restabelecer esse comércio (se os EUA suspendessem as vendas).?
Entre as ?não-conformidades? alegadas pela missão norte-americana estão a falta de treinamento continuado dos funcionários dos frigoríficos e do ministério e a presença de agentes sanitários e técnicos que não são funcionários do Ministério da Agricultura, e sim profissionais que atuavam por meio de algum convênio.
Segundo Costa, já foi providenciado o treinamento com consultores internacionais. Alem disso, até o final do ano o governo irá contratar cem fiscais. Também já foi encaminhado o pedido de autorização para a contratação de 210 agentes de inspeção sanitária.
De acordo com Costa, a partir do dia 16 de maio uma nova missão norte-americana deve visitar os frigoríficos brasileiros para conferir os progressos.
Ele avalia que o impacto na balança comercial não será significativo, já que os embarques irão atrasar apenas duas ou três semanas. Os EUA recebem 35% das exportações de carnes brasileiras.
