Reservas podem suprir falta de crédito com a crise, diz diretor do BC

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, disse que o país “tem dois colchões de liquidez” para enfrentar a crise e oferecer linhas de crédito, caso a situação europeia se agrave e restrinja fontes de financiamento.

O primeiro, diz, são as reservas internacionais, de US$ 372 bilhões, que poderão suprir linhas de crédito externas. Se houver um “aperto” no crédito doméstico, diz, o Banco Central poderá usar os cerca de R$ 400 bilhões retidos sob a forma de empréstimo compulsório dos bancos (percentual dos seus recursos que os bancos não podem emprestar). “Temos mais capacidade [de resposta à crise] do que tínhamos em 2008.”

Para Mendes, o crescimento de 18% do crédito em 12 meses até maio é “sustentável” e será um dos fatores que irá contribuir para uma aceleração da atividade econômica prevista para o segundo semestre -ao lado dos juros menores e da taxa de desemprego em patamares historicamente baixos.

“A economia brasileira começou a desacelerar em meados de 2011 e entramos em 2012 crescendo menos. Vamos começar 2013 com mais crescimento.” Apesar do otimismo, o Banco Central, porém, revisou sua previsão para expansão do PIB de 3,5% para 2,5% em 2012.

Bancos

Mendes ressaltou que o sistema financeiro brasileiro é “sólido”, com nível de patrimônio em relação aos ativos de risco (empréstimos e outros) superior às exigências internacionais –16% do sistema financeiro brasileiro, contra 11% previsto no acordo de Basileia.

Segundo o diretor, o rebaixamento da nota de risco dos principais bancos brasileiros ontem pela agência de classificação de risco Moody’s foi um “ajuste técnico”, pois a classificação era superior à da dívida brasileira.

A diretora-geral para o Cone Sul da Standard & Poor’s, Regina Nunes, disse que o sistema financeiro brasileiro “é sólido” e baseia suas captações para realizar empréstimos no próprio mercado doméstico, o que reduz o risco de contágio da crise.

Ela não vê um problema sistêmico e nem “fragilidade” por parte dos bancos. Segundo ela, numa escala global de risco de 1 a 10 (quanto menor, mais baixo o risco), a nota do sistema bancário brasileiro é Brasil é 4. Nos EUA, o nível é 3.

Sobre a classificação de risco brasileira, diz, a avaliação é “estável”, com um “otimismo cauteloso”, limitado pelo menor ritmo de crescimento, a “inflexibilidade fiscal” e ausência de reformas no campo tributário.

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