As reservas internacionais brasileiras superaram a marca dos US$ 150 bilhões. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o volume subiu US$ 765 milhões na última sexta-feira e chegou a US$ 150,692 bilhões. Com o crescimento, as reservas ficam acima do valor da dívida externa de médio e longo prazos do País, que era de US$ 145,334 bilhões em maio. São também mais que o dobro da dívida externa do setor público, que em maio somava US$ 74,97 bilhões.
Economistas avaliam que o Brasil já atingiu uma posição bastante confortável em termos de reservas e, se o BC quisesse, poderia até parar por aí sua política de acumulação de dólares. Mas eles não acreditam que isso deva ocorrer. Na visão dos analistas, o BC continuará comprando dólares e as reservas vão fechar o ano entre US$ 170 bilhões e US$ 180 bilhões. Ou seja, o volume vai praticamente "empatar" com toda a dívida externa, inclusive a de curto prazo.
Essa situação, que na prática indica que não há dificuldades em pagar a dívida externa, pode acelerar a chegada do "grau de investimento", uma espécie de selo de qualidade que as agências especializadas concedem a países considerados seguros para os investidores. Os economistas estimam, ainda, que as reservas superarão a marca dos US$ 200 bilhões em 2008.