Reservas internacionais batem recorde, com US$ 209 bilhões

A despeito das freqüentes atuações no mercado cambial, as reservas internacionais atingiram na quarta-feira (17) o maior valor da história. Segundo dados da série histórica do Banco Central, o total das reservas no conceito de liquidez internacional registrado ontem, de US$ 209,224 bilhões, superou o recorde anterior registrado em 18 de setembro, quando estavam em US$ 208,698 bilhões.

Desde 18 de setembro, o BC já vendeu US$ 9,8 bilhões no mercado cambial à vista. Esses dólares não retornarão às reservas. Apesar da venda desses recursos, o montante total cresceu porque o dinheiro das reservas é alocado em ativos como os títulos da dívida norte-americana, que apresentaram forte valorização nas últimas semanas com o agravamento da crise.

Com aumento da aversão ao risco, investidores de todo o mundo têm desmontado posições em aplicações consideradas mais arriscadas – como ações e mercados emergentes – e passaram a migrar para opções mais seguras – como os papéis do Tesouro dos EUA. Com isso, o preço de mercado desses títulos cresceu, o que fez aumentar o total das reservas em dólar. Além disso, esses ativos também rendem juros que são somados às reservas.

Além dessas atuações no mercado à vista, o BC também tem operado em outras frentes no mercado cambial. Nesta quinta-feira (18), em audiência pública no Senado, o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, citou que US$ 10,8 bilhões foram vendidos em leilões com compromisso de recompra futura, a colocação de contratos de swap cambial – que equivale a uma venda de dólar no mercado futuro – somou US$ 28,9 bilhões e foram repassados US$ 2,4 bilhões aos bancos em linhas para o comércio exterior.

Nesses três casos, as intervenções não afetam o patamar das reservas no conceito de liquidez internacional porque os dólares retornarão em data preestabelecida e, enquanto isso, ativos são dados como garantia. No caso da oferta de swaps cambiais, os contratos envolvem apenas reais que acompanham a variação cambial e, por isso, não afetam as reservas.

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