Rebatendo o que vem sendo dito por alguns analistas do mercado, o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou hoje (24) que o presidente eleito assumirá seu mandato com um volume de reservas internacionais ?confortável?. Nos cálculos do diretor, as reservas do País encerrarão o ano em US$ 13,6 bilhões, já descontados os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
?Esse valor é de US$ 8,6 bilhões acima do piso de US$ 5 bilhões acertado com o FMI?, afirmou Goldfajn, ressaltando ainda que o valor de fechamento do ano se aproximará mais do piso de US$ 15 bilhões que prevalecia no acordo anterior do Brasil com o Fundo. O diretor rebate as críticas de que o BC estaria gastando reservas desnecessariamente.
?O BC está fazendo a política que nos parece a melhor para o mercado de câmbio?, afirmou. Segundo ele, até agora o governo não atingiu o limite de intervenções acordado com o Fundo. As intervenções dos últimos 30 dias totalizavam US$ 2,4 bilhões até hoje. Pelo último acordo assinado com o FMI, as atuações do BC no mercado de câmbio devem observar um limite de US$ 3 bilhões para o período acumulado de 30 dias. Se as vendas ultrapassarem esse montante, o governo terá de explicar ao Fundo os motivos que o levaram a aumentar as intervenções.
Pelos cálculos do governo, as atuações do BC em 2002 totalizarão US$ 9,3 bilhões. Ainda assim, faltarão US$ 3,3 bilhões para cobrir o déficit de recursos do mercado de câmbio, que o BC estima em US$ 12,6 bilhões. Essa diferença deverá ser coberta pelas próprias instituições financeiras. Em 2003, o BC estima que essa situação será revertida, e que haverá uma sobra de recursos no mercado de câmbio da ordem de US$ 2,8 bilhões. Esses recursos poderão ser enxugados pelo próprio BC, comprando US$ 1,3 bilhão em moeda, e pelos bancos, que absorveriam o US$ 1,5 bilhão restante.