As reservas do Banco Central argentino registraram uma queda de 24,7% desde janeiro deste ano. A entidade monetária, que possuía US$ 43,3 bilhões, perdeu 10,69 bilhões de lá para cá, ficando em US$ 32,59 bilhões. O atual volume das reservas também é US$ 20 bilhões inferior ao total que a entidade monetária teve como ponto culminante histórico, em janeiro de 2012, quando os cofres do BC continham US$ 52,49 bilhões. Na época do apogeu das reservas, Cristina Kirchner iniciava o segundo mandato presidencial.
Por trás da queda, está a política do governo da presidente Cristina de usar as reservas do BC para conter a escalada do dólar no paralelo, cancelar os vencimentos dos títulos da dívida pública com credores privados, além de efetuar os pagamentos relativos à importação de petróleo e gás, já que o país padece uma intermitente crise energética desde 2004.
Consultorias econômicas locais afirmam que a queda continuará ao longo do ano que vem. Dessa forma, o BC poderia ficar com US$ 25 bilhões de reservas no final de 2014.
Altos e baixos. Em 1989, durante a crise da hiperinflação, nos derradeiros meses do governo do presidente Raúl Alfonsín, o BC ficou quase vazio, com reservas de apenas US$ 600 milhões de dólares. Nos anos 90, as reservas recuperaram-se durante a conversibilidade econômica implementada pelo presidente Carlos Menem (1989-99) e sua política de privatizações e endividamento no exterior. Na segunda metade dos anos 90, as reservas oscilaram entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões.
Em janeiro de 2001, as reservas chegaram a US$ 37,38 bilhões. Mas, em meados daquele ano, a instabilidade política do governo de Fernando De la Rúa (1999-2001) provocou uma fuga de divisas. O BC teve que desprender-se da maior parte das reservas para tentar manter o sistema.
De la Rúa fracassou nas tentativas de evitar o agravamento da crise e o país colapsou em dezembro daquele ano. Ao longo de 2002, a Argentina mergulhou na pior crise econômica, política e social de sua história.
Em julho daquele ano, durante o governo do presidente provisório Eduardo Duhalde (2002-2003), as reservas estavam em apenas US$ 8,8 bilhões.
Em 2003, no início do governo de Néstor Kirchner (2003-2007) as reservas do BC estavam em US$ 14 bilhões e recuperavam-se de forma persistente. Em 2006 chegaram a US$ 32 bilhões, enquanto que em 2007 atingiram a faixa de US$ 42,98 bilhões. No início de 2012 estavam US$ 52,4 bilhões. De lá para cá a queda foi permanente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.