Comitiva paranaense em visita às instalações
da termelétrica Calpine, em Pasadena (Texas).

O governador Roberto Requião, o governador em exercício, Orlando Pessuti, e o presidente da Copel, Paulo Pimentel, desautorizaram ontem a direção da estatal paranaense a conceder o aumento de 15,27% nas contas de energia elétrica a partir de outubro, como havia sido anunciado na terça-feira (19). ?Trata-se de uma declaração precipitada da diretoria e que não tem o consentimento do governo do Paraná”, declarou Requião, durante a visita ao Texas, nos Estados Unidos.

O governador afirmou também que a responsabilidade pelas declarações, que inclusive alteraram o valor das ações da Copel nas bolsas de valores, serão apuradas. “Se no futuro houver necessidade de aumento da tarifa, o anúncio do reajuste será feito oficialmente pelo governo do Estado e a população será informada com antecedência”, garantiu.

Na terça-feira, a direção da empresa havia anunciado para a imprensa que as contas de energia elétrica sofreriam reajustes de 5,27% em outubro, 5% em novembro e 5% em dezembro.

Requião e Pessuti também reafirmaram que o governo do Estado não vai aumentar as tarifas em 25,27%, como havia sido autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que o percentual será transformado em desconto integral para todos os consumidores que pagarem a conta com a Copel em dia.

Requião explicou ainda que, ao não repassar o aumento para os consumidores, cerca de R$ 95 milhões por mês, ou R$ 1,140 bilhão por ano, são injetados e circulam na economia paranaense. ?”Nós acreditamos que esse momento de recessão que o país atravessa não é o mais apropriado para aumentos na tarifa de energia. E, com o desconto, o paranaense terá mais dinheiro para fazer suas compras, o comércio venderá mais, o empresário aumentará sua produção e seus investimentos e com isso o povo terá mais oportunidades de emprego”, garantiu o governador.

Visita à usina

Depois do primeiro dia de visitas às instalações da termelétrica Calpine, situada em Pasadena, no Texas, o governador Roberto Requião considerou o contato com a empresa americana muito proveitoso, já que foi possível confirmar, por exemplo, os vários erros cometidos na construção da usina de Araucária.

A comitiva constatou que o sistema americano, no qual se inspiraram os construtores da UEG, tem ciclos diferentes do sistema brasileiro, tornando inevitável alterações na planta da usina paranaense. Essas informações devem dar mais argumentos ao governo do Estado nas negociações com a americana El Paso. Ainda na Calpine, técnicos da empresa se comprometeram a vir ao Paraná para verificarem os problemas da UEG Araucária.

Ontem, a comitiva paranaense esteve na Eletric Reability Council of Texas – Ercot, em Austin, entidade que coordena a transmissão da energia elétrica no Texas, que corresponde a 50.000 MW, equivalente a toda a produção de energia brasileira e também na Public Utility of Texas – PUC, entidade que gerencia a Ercot. Hoje, o governador conhecerá a planta da usina City Public Service, em Santo Antônio.

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