Requião mantém suspensão de pagamentos à UEG

O governador Roberto Requião afirmou ontem que a Copel vai manter a suspensão dos pagamentos referentes à manutenção da UEG  (Usina Elétrica a Gás), a termelétrica construída pelo governo anterior em Araucária e que deveria iniciar suas operações em setembro do ano passado, mas que se encontra parada pela ausência de equipamentos compatíveis.

Durante visita que fez à usina, o governador voltou a denunciar o contrato da termelétrica e anunciou também que estuda uma solução para o problema: a compra da usina pela Copel. Para isso, disse que vai reforçar negociações junto ao governo federal, com o qual o governo do Paraná tem um crédito de cerca de R$ 600 milhões, dinheiro da chamada Conta de Resultados a Compensar (CRC).

As considerações foram feitas por Requião em companhia do presidente da Copel, Paulo Pimentel, além de diretores da companhia e de engenheiros que visitaram a usina. Depois de verificar os problemas que impedem o funcionamento da usina, o governador condenou a continuidade do pagamento de R$ 1 milhão ao dia como adiantamento pela energia a ser produzida.

Descabido

“Esse pagamento a título de adiantamento não tem qualquer cabimento”, afirmou Requião. “Suspendemos o pagamento em janeiro porque encontramos uma usina sem condições de funcionamento”, acrescentou. “Se mantivéssemos o contrato, iríamos estar comprando para o futuro uma energia a US$ 42 enquanto o preço no mercado aberto é de R$ 5, o que – juntamente com outros contratos de energia da administração passada – quebraria a Copel”.

A UEG foi construída numa associação entre a empresa norte-americana El Paso (60%), Copel (20%) e a Petrobras (20%) a um custo de mais de US$ 300 milhões. A usina aproveitaria do gás vindo da Bolívia para a produção de 480 MW/hora de energia, o suficiente para abastecer toda Curitiba. “Além do problema de contrato, esta usina é incompatível quanto a ciclagem e quanto ao gás que consome”, explicou o governador.

“A UEG seria fantástica na Arábia Saudita, mas está num ambiente rigorosamente inadequado aqui no Paraná”, disse Requião. Isso porque – explicou o governador – os americanos descobriram que a usina funciona com gás de petróleo, mas não com gás de petróleo da Bolívia. “Se esta usina fosse usada, numa crise, para atender a demanda do sistema brasileiro, ela poderia explodir como uma bomba derrubando como um castelo de cartas o sistema nacional”.

Segundo o diretor da usina, Raul Munhoz Neto, para garantir a adaptação da termelétrica para o uso do gás boliviano foi preciso construir uma nova usina a um custo de US$ 43 milhões. Mesmo assim, o problema não foi resolvido. “As válvulas utilizadas na máquina não se adaptaram nos testes, o que para mim foi um descuido da administração passada”, afirmou.

0800

Para avaliar as posições que tem assumido diante de contratos lesivos ao Paraná, Requião disse também que está abrindo um canal de comunicação com a população de todo País. As ligações podem ser feitas pelo telefone 0800-6437-444. O governador lembra que, no caso da UEG, não houve cancelamento do contrato. “Eu interrompi o pagamento porque era uma antecipação para o funcionamento da usina que nunca entrou em operação”.

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