O governo lançará nesta sexta-feira, 25, a primeira etapa de seu programa de qualificação profissional. Depois de avaliações de que o Pronatec, uma das vitrines do governo Dilma Rousseff, não deu resultado, o novo programa estipula que as empresas responsáveis pelos treinamentos só serão pagas após comprovarem que parte dos profissionais treinados conseguiu emprego e permaneceu empregada por pelo menos quatro meses. A iniciativa é inédita no Brasil.

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O edital, obtido pelo Estadão/Broadcast, prevê que o projeto piloto treinará 800 jovens desempregados, entre 18 e 29 anos. A intenção é que o programa seja estendido nos próximos anos, atingindo até 100 mil pessoas em dois anos.

A empresa ganhadora terá que oferecer cursos com carga horária mínima de 250 horas-aula em um prazo de um ano. Após o término do curso, ela terá oito meses para comprovar o número de pessoas que conseguiu emprego e o pagamento estará atrelado a esse índice.

O documento deve ser publicado no Diário Oficial da União desta sexta. A licitação para as empresas será no dia 7 de novembro. O secretário de Produtividade, Competitividade e Emprego do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse ao Estadão/Broadcast já ter várias instituições interessadas em participar da disputa. “Gastamos bilhões nos últimos anos em ações de treinamento e qualificação que vários estudos mostraram que não houve resultado. Nossa preocupação é efetivamente garantir que as ações vão trazer empregos para os desempregados”, afirmou.

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Em 2017, uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) mostrou que os programas de qualificação profissional do governo federal só empregaram um a cada dez beneficiados.

Metodologia

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O chamado Contrato de Impacto Social prevê que a empresa ganhadora selecione 2 mil desempregados. O governo sorteará 800 para participarem dos cursos. Os outros 1.200 formarão um grupo de controle.

Com base nos CPFs, no prazo de oito meses depois do fim do curso, o governo vai verificar quantas pessoas foram empregadas formalmente no grupo que recebeu treinamento e quantas no grupo de controle. A empresa só receberá o total contratado se o porcentual de treinados com emprego for 30% superior ao dos que não receberam treinamento. Se ficar entre 8% e 29%, a empresa recebe parte dos recursos. Abaixo de 8%, não haverá pagamento.

O valor máximo previsto no edital é de R$ 16 por hora aula, um total de R$ 3,2 milhões. O montante foi definido com base no máximo pago pelo governo dentro do Pronatec. Ganhará a empresa que oferecer o menor valor. Não é previsto nenhum pagamento até a comprovação dos empregados, o que deve demorar mais de um ano.

“O valor estipulado cobre os riscos e o tempo que a empresa ficará sem receber. Só vamos pagar se tiver resultado, eu estou louco para pagar, mas minha consolação é que, se não houver resultado, não vai ter desembolso”, afirmou o secretário de Políticas Públicas para o Emprego, Fernando de Holanda Barbosa Filho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.