Foto: Chuniti Kawamura |
João Oderich, da Repar: aproveitar mão-de-obra local. continua após a publicidade |
De um lado, 83 micros e pequenas empresas do Paraná oferecendo produtos e serviços; do outro, 18 empresas de grande porte responsáveis pela ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Petrobras), em Araucária, buscando produtos e mão-de-obra. É nesse cenário que acontece desde ontem no Sebrae, em Curitiba, o 1.º Eneg-Sul – Encontro de Negócios, que tem como objetivo promover a aproximação entre as pequenas empresas e as grandes que venceram a licitação de obras da Repar. A ampliação da refinaria, que começou no ano passado e segue até 2011, vai exigir investimentos de US$ 2,9 bilhões e deve gerar cerca de 18 mil empregos diretos.
De acordo com o gerente-geral da Repar, João Adolfo Oderich, a intenção da Petrobras é aproveitar ao máximo a mão-de-obra local. Até agora, segundo ele, quase metade das 2 mil pessoas contratadas para as obras é da região de Araucária e Curitiba. ?As oportunidades são muitas, e há uma gama grande de pequenas empresas que podem ser inseridas nesse contexto?, afirmou Oderich.
?O setor de petróleo não é só para os gigantes, mas também para as pequenas e médias?, salientou Jerônimo Azevedo, da Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo).
Com os novos investimentos, a Repar terá 19 novas unidades até 2011 – hoje são 15. Além disso, a refinaria irá movimentar 220 mil barris de petróleo por dia, 10% mais do que o volume atual.
Grande demanda
De acordo com o gerente de contratos da Normatel Engenharia – uma entre as 18 empresas que venceram a licitação da Repar/Petrobras -, Rogério Pires, contratar mão-de-obra local pode gerar economia de até 30% nos custos, já que não há despesas com hospedagem, por exemplo. Ele reclama, porém, da dificuldade em encontrar profissionais como técnicos de segurança, de meio ambiente e de qualidade.
?A Petrobras é muito exigente. E como o setor da construção civil está aquecido, estão faltando até profissionais mais simples, como carpinteiros, pedreiros?, afirmou Pires. A empresa chegou a colocar anúncio no jornal, mesmo assim não conseguiu preencher as vagas. A Normatel, que tem sede em Fortaleza, é responsável em executar as obras iniciais que darão condições para outras empresas fazerem o trabalho maior. A empresa, até agora, já contratou 70 pessoas – este número deve chegar a 150, segundo Pires.
Outra que está encontrando dificuldades em encontrar mão-de-obra local é a Camargo Corrêa, responsável pela alimentação elétrica na expansão da Repar. ?Não estamos encontrando mão-de-obra qualificada. A demanda é grande, o mercado está empregador?, comentou o gerente de projetos Marcelo Biguetti. A Camargo Corrêa, que tem contrato com a Repar até março de 2009, deve gerar cerca de 200 empregos diretos. ?A gente acha ajudante de obras, auxiliar de serviços gerais, pedreiros, carpinteiros, mas faltam mestres civis, encarregados elétricos. Alguns profissionais, cerca de 20%, teremos que trazer de fora?, comentou. Até agora, a Camargo Corrêa já efetivou mais de 80 contratos – 90% com empresas da região, que fornecem desde uniformes, EPIs (equipamentos de proteção) até serviços como transporte, saúde e alimentação.
Na outra ponta, o engenheiro João Armênio, da Exemplo MP – que presta serviços na área de metrologia – participou ontem da rodada de negócios com o objetivo de oferecer serviços a uma das âncoras. ?Nossa expectativa é fechar contrato e ampliar nosso faturamento?, disse. Mesma expectativa de Altamir Taborda, da Sengel Serviços, de Araucária. ?Ainda não fechamos contrato, mas as expectativas são positivas?, afirmou. A pequena empresa já presta serviços para a Copel, Sanepar e Banco do Brasil.