A safra de milho no Paraná deverá ocupar 4,3% a menos de área na próxima safra. A produção prevista é de 7,5 milhões de toneladas, contra 8 milhões de toneladas produzidas na última safra. Essa redução se deve ao aumento de áreas com a cultura de soja, considerada hoje uma das mais rentáveis. Para conseguir equacionar o setor, o produtor estará apostando no plantio do milho safrinha, classificada como uma cultura de risco. Na safra passada a cultura atingiu 6 milhões de toneladas, e este ano a expectativa é que não chegue a 4 milhões de toneladas.
Toda essa evolução da cultura foi discutida ontem, em Curitiba, durante o II Seminário Estadual da Cadeia Produtiva do Milho. O evento, que ocorreu às vésperas do início do plantio da nova safra de verão – que começa em agosto – , teve como objetivo analisar a conjuntura atual e as perspectivas do mercado nacional e internacional de milho. De acordo com a engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Vera Zardo os temas discutidos no seminário servirão de subsídio aos produtores e técnicos na hora de decidir sobre o plantio. Já os consumidores, segundo Vera, receberam informações de suprimento para o próximo ano, podendo realizar um planejamento com mais segurança.
O Paraná, segundo o economista do Deral, Norberto Ortigara, é um dos principais produtores de milho do Brasil, sendo fornecedor do mercado interno, e nos últimos anos, começou a voltar sua produção para exportações. Em 2003, o Estado exportou 2,8 milhões de toneladas, gerando uma receita de U$ 293 milhões. Apesar de todo esse cenário, destaca o economista, a cultura vem perdendo áreas para a soja, principalmente pelo preço, que vem em queda desde abril. No início da semana a saca com 60 quilos era comercializada por R$ 15,75. Essa redução, disse Ortigara, poderá ter reflexo em atividades como a pecuária e suinocultura, que são dependentes da cultura do milho.