Concessionárias de rodovias que não tenham realizado ao menos 80% dos investimentos previstos serão barradas da regra que permitirá a renovação antecipada de seus contratos em troca de novos investimentos. Esse dispositivo consta de uma das versões da Medida Provisória (MP) das concessões, em elaboração no governo.

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O texto, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, prevê também a possibilidade de renovar antes do fim do prazo as concessões de ferrovias. Mas, para isso, o preço será alto: as concessionárias terão de abrir mão da exclusividade que hoje exercem no transporte de cargas existentes no raio de ação de sua malha.

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O texto da MP ainda deverá passar por ajustes. Na semana passada, a secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) abriu um canal de diálogo com o setor privado e deverá receber sugestões.

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No caso das rodovias, já existem negociações em curso para permitir que as atuais concessionárias façam investimentos que não estavam previstos no contrato, mas que se mostraram necessários com o tempo. O governo tem interesse em autorizar essas obras, porque elas gerariam investimentos e empregos mais rapidamente do que novas concessões, que só começarão a ser leiloadas no final de fevereiro de 2017.

Resistência

Mas as propostas encontraram resistência no Tribunal de Contas da União e no Ministério Público. Entre outras razões, porque algumas das concessionárias não realizaram nem os investimentos já previstos no contrato original.

Por isso, o governo quer estabelecer um critério para barrar as inadimplentes, exigindo o cumprimento de, pelo menos, 80% do plano de investimentos do contrato. A renovação só será autorizada se ficar comprovado, por estudos, que essa opção é mais vantajosa para o governo

A maior parte da MP regulamenta a possibilidade de concessionários em dificuldades – como, por exemplo, as construtoras investigadas ou punidas na Operação Lava Jato – encerrarem amigavelmente seus contratos. Pelo texto, o governo receberá os negócios de volta e tentará leiloá-los novamente por duas vezes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.