O aumento da renda do trabalhador e o mercado de trabalho forte voltaram a impulsionar as vendas de hipermercados e supermercados em janeiro, na Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume de vendas dos hipermercados e supermercados subiu 7,4% na passagem de dezembro para janeiro. A alta foi de 7,6% na comparação com janeiro de 2011, o equivalente a 49,5% do aumento de 7,3% no varejo restrito no período.
“A renda ajudou uma recuperação no setor de supermercados, mas tem outro fator que é o preço também. Os preços dos alimentos desaceleraram”, lembrou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
No varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, a alta de 7,7% ante janeiro de 2011 teve 39,8% de contribuição do setor de hipermercados e supermercados.
“Quando a gente olha o varejo ampliado, tem um peso alto dos automóveis, de 25% da taxa, mas supermercado aparece com quase 40% do aumento do volume de vendas”, notou Pereira.
Em janeiro, o reajuste de 14% no salário mínimo ainda não foi sentido nas vendas no varejo, porque os empregados só recebem efetivamente o aumento pelo mês trabalhado no início de fevereiro.
Receita do varejo
A receita nominal do comércio varejista aumentou 3,6% na passagem de dezembro para janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como resultado, a média móvel trimestral da receita ficou em 1,90% no trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com janeiro de 2011, a alta foi de 12,1%. Em 12 meses, a receita acumula alta de 11,4%.
Segundo Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, as mudanças metodológicas na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), apuradas pelo instituto, não alteram o cálculo sobre as vendas e a receita do varejo. A PMC atualizou o cálculo da receita nominal do comércio varejista para uma nova base, a de 2011. Antes, a base de cálculo era o resultado do ano 2003.
A pesquisa também utiliza agora as novas ponderações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como deflator no cálculo da receita do varejo. “Como o IPCA mudou a sua estrutura, estamos fazendo deflacionamento das receitas do varejo sob a nova estrutura. Pode influenciar o resultado? Pode, porque o peso do IPCA mudou. Mas não tem nada a ver com a receita, são só pequeníssimos ajustes, então a gente não consegue enxergar”, contou Pereira. “Então eu posso assegurar que não tem influência quase nenhuma no nosso resultado. A mudança é só para atualizar, mas, na prática, não muda o cálculo”.
No caso da receita da atividade de material de construção, a PMC usa a Sinapi, que não passou por mudanças em 2012.
Resultados inalterados
A adoção de uma nova classificação das empresas que compõem a amostra da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não altera em nada o resultado, informou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do instituto. O IBGE adotou na PMC, a partir de janeiro de 2012, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, que dá novos códigos às atividades das empresas.
“Essa mudança não interfere em nada na pesquisa, é só mudança de codificação que o IBGE está incorporando na PMC, mas não tem interferência nenhuma no resultado”, afirmou Pereira.
A CNAE é a classificação oficialmente adotada pelo Sistema Estatístico Nacional na produção de estatísticas por tipo de atividade econômica e pela Administração Pública na identificação da atividade econômica em cadastros e registros de pessoas jurídicas, esclareceu o IBGE.
“Houve mudança na classificação econômica das empresas que foram incorporadas na pesquisa do comércio. Então, essas alterações, é óbvio, não vão parar aqui. O IBGE vai estar sempre revendo essas classificações, porque (o índice) tem que estar sincronizado com as classificações internacionais, para poder fazer comparações”, afirmou Pereira.