O rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 4,3% no primeiro semestre desde ano em relação ao mesmo período do ano passado. Essa foi a maior queda no primeiro semestre registrada nos três últimos anos.
A queda foi puxada pela redução no rendimento das pessoas que trabalham por conta própria e dos empregados com carteira assinada, que recuaram 5,3% e 4,9%, respectivamente.
Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento do trabalhador no mês de junho caiu 0,5% em relação a maio e 3,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, ficando em R$ 793,61 (aproximadamente quatro salários mínimos).
Desemprego
A taxa de desemprego em julho atingiu 7,5% da população economicamente ativa, segundo a pesquisa mensal de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa foi a mesma taxa registrada no mês passado. Em julho do ano passado, a taxa havia sido de 6,2%.
O resultado do mês passado foi o segundo pior para os meses de julho desde a criação do real, ficando atrás somente da taxa de 8% registrada em 1998.
O número de pessoas desocupadas e procurando trabalho subiu 1,4% entre junho e julho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a variação foi de 28,4%.
O número de pessoas ocupadas entre junho e julho, cresceu apenas 0,7%, sendo puxado pelo crescimento de vagas na construção civil (2,1%). No comércio e na indústria o aumento foi de 1,6% e de 6%, respectivamente, na comparação mês a mês.
Na mesmo tipo de comparação, houve um aumento de 1,4% entre os que trabalham por conta própria, de 1,1% entre os trabalhadores com carteira assinada, e de 0,5% entre os sem carteira.
O IBGE considera desempregada a pessoa que procurou trabalho na última semana. Estendendo esses período para 30 dias, a taxa de desemprego no mês de julho passa a 8,2%.
Crescendo
O mercado de trabalho não está gerando vagas suficientes para reduzir a taxa de desemprego no país. Segundo dados da pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar do crescimento de 0,7% na população ocupada (129 mil trabalhadores) no mês de julho, houve um aumento 1,4% no número de pessoas procurando emprego. Com isso, a taxa de desemprego se manteve inalterada em relação ao mês anterior, em 7,5%.
??A taxa não caiu porque o número de pessoas procurando emprego aumentou. Ela se manteve alta e, para o segundo semestre, não se espera que o mercado evolua para reduzir o desemprego??, disse a economista do IBGE Shyrlene Souza.
Segundo ela, considerando a taxa ajustada, onde são descontados os fatores sazonais de cada mês, a taxa de desemprego de julho ficou em 7,4%, o maior percentual registrado após março de 2000, quando a taxa também atingiu esse patamar.
Outros números que reforçam a tendência de crescimento do desemprego este ano são os dados que consideram como desempregados aqueles que procuraram trabalho nos últimos 30 dias (os outros dados consideram apenas o período de sete dias).
Segundo o IBGE, dessa forma, a taxa de desemprego em julho passa para 8,1% na série dessazonalizada, o pior resultado dos últimos 12 meses, superior à taxa de junho (7,9%).