Rio – O rendimento médio das pessoas ocupadas manteve em agosto a trajetória de quedas consecutivas iniciada há 20 meses, na comparação com igual mês do ano anterior. Houve queda de 2,6% na renda ante agosto de 2001 e, ainda, reduções na comparação com julho deste ano (-1,5%). O aumento da taxa de desemprego vem diminuindo o poder de negociação dos trabalhadores e levou o rendimento a acumular uma diminuição de 4% nos primeiros oito meses deste ano, ante igual período do ano passado. O rendimento médio atingiu R$ 797,05 no mês.
Outro fator que tem contribuído para a queda do rendimento é que a ocupação vem aumentando mais nos segmentos que pagam salários menores, como comércio e serviço, e crescendo em ritmo mais lento na indústria, que tradicionalmente oferece maior renda aos trabalhadores.
A queda na renda no ano vem ocorrendo com maior impacto para os empregados com carteira assinada (-4,3% no acumulado de oito meses e -1,2% em agosto) e poupando os que trabalham sem carteira (0,4% no acumulado do ano e 0,5% em agosto).
Entre as seis regiões pesquisadas, a liderança na queda do rendimento acumulada até agosto ficou com Porto Alegre (-5 7%), seguida de Belo Horizonte (-4,3%) e São Paulo (-4,1%). Mas a redução foi generalizada e atingiu também Recife (-2,4%), Salvador (-3,0%) e Rio de Janeiro (-1,6%).