O Ministério da Agricultura projeta para 2008 renda agrícola de R$ 127,3 bilhões. O valor, 6,8% superior ao do ano passado, de R$ 119,2 bilhões, é o terceiro maior dos últimos 20 anos, perdendo apenas para 2003 e 2004, quando a taxa de câmbio era favorável às exportações brasileiras, informa a assessoria de imprensa da pasta.
Os cálculos são do coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, que considera 20 produtos agrícolas. Segundo Gasques, a soja deve crescer 12%, com uma renda projetada para este ano em R$ 32,4 bilhões. O milho e a cana disputam o segundo lugar entre os produtos agrícolas mais rentáveis. A receita do milho atingirá R$ 19,3 bilhões, 15,6% mais que no ano passado. Na avaliação de Gasques, a rentabilidade do grão segue valorizada pela demanda para a produção de alimentos, fabricação de rações e produção de biocombustíveis. O milho deve voltar a registrar grandes volumes para a exportação este ano.
Já para a cana-de-açúcar, a projeção de renda é de R$ 19,2 bilhões, queda de 8,5% em relação a 2007. "O desempenho da cana reflete os efeitos da queda dos preços do etanol no mercado doméstico, apesar da recuperação das cotações do açúcar no exterior", observa Gasques.
A renda agrícola foi calculada multiplicando-se o volume da produção da safra agrícola pelo preço recebido pelos produtores nas principais praças do País. O valor real da renda (descontada a inflação) é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).