A partir de amanhã, a fábrica de automóveis da Renault do Brasil, em São José dos Pinhais, passará a produzir em turno único, das 6h às 14h40. A desativação do segundo turno (das 14h40 às 23h10) já havia sido anunciada pela montadora como forma de adequar a produção à demanda de mercado. De janeiro a julho, a empresa produziu 28.821 veículos, volume 42,33% inferior ao do mesmo período de 2001 (49.280 unidades). Com o fim do segundo turno, a produção dos modelos Scénic e Clio cairá 17,24%, de 290 para 240 carros por dia.
A unidade de veículos de passeio contava com 405 operadores em cada turno. A empresa chegou a abrir um Programa de Demissões Voluntárias (PDV) para 140 funcionários, que acabou suspenso após manifestações dos trabalhadores e a intervenção do governador Jaime Lerner junto à diretoria da montadora. Porém 95 dos 1.395 empregados na linha de produção da Renault (somando as fábricas de automóveis, utilitários, motores e estamparia) já se desligaram da empresa nas últimas semanas, aderindo a um programa de incentivos financeiros criado em substituição ao PDV.
Com a concentração das atividades da planta de veículos leves em turno único, a Renault está fazendo um remanejamento interno de funcionários. Mas até o final da tarde de sexta-feira, a montadora não sabia informar o número exato de trabalhadores que permanecerão trabalhando na fábrica de automóveis. Na fábrica de utilitários, em parceria com a Nissan, a produção diária média de 35 picapes e furgões não será alterada. Assim, o volume total fabricado no complexo industrial da Renault cairá de 325 para 290 unidades por dia.
As duas semanas de parada na produção no último mês com férias coletivas para os empregados permitiram à Renault reduzir o estoque para 14 mil veículos, somando o pátio da fábrica e a rede de concessionárias. Há um mês, esse número chegava a 35 mil automóveis, sendo 14 mil somente no pátio. Segundo a montadora, a quantidade estocada está baixando e hoje está próxima do normal, que é de 10 mil carros.