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Stoll: objetivo é atingir o equilíbrio das contas já em 2008 e margem operacional positiva em 2009. |
A Renault do Brasil anunciou ontem um plano de crescimento para os próximos três anos, que prevê um pacote de investimentos de US$ 360 milhões, com o objetivo de dobrar as vendas da marca no país para 106 mil unidades até 2009. A meta da empresa é alcançar uma participação de 5,9% do mercado nacional. O programa prevê o lançamento de cinco novos modelos, o aumento da utilização da capacidade das unidades fabris, dos atuais 30% para 90%, além da contratação de mil novos colaboradores.
O anúncio faz parte da estratégia de reposicionamento da marca em todo o mundo e foi feito pelo presidente da montadora, o francês Jérôme Stoll, no cargo desde maio deste ano. Segundo o executivo, o objetivo é atingir o equilíbrio das contas já em 2008, alcançando margem operacional positiva a partir de 2009. Apesar de não revelar valores, ele lembra que, desde que entrou no país, há dez anos, a companhia nunca obteve lucro. ?Na minha visão é um plano realista e factível?, afirmou.
Entre os novos modelos que a empresa programa trazer para o Brasil está o Logan sedã e o Logan Hatch. Segundo Jérôme, os automóveis serão parecidos com os oferecidos atualmente na França, mas com algumas adaptações para o mercado brasileiro, entre elas a motorização flex. O executivo não revelou, no entanto, por quanto o produto será oferecido no país. ?Ainda é cedo para falar de preço?, disse.
Apesar de não revelar quais os outros modelos, o presidente da Renault informou que a montadora está pensando em substituir o Scénic – pois atua em um segmento que está em declínio no país. ?Mas isso ainda não foi decidido?, afirmou. O executivo garantiu, porém, que o Clio deverá ser mantido. ?O Logan não substitui o Clio, já que é um carro mais espaçoso e robusto.?
O executivo negou que a empresa vá transferir a produção do Clio para a Argentina, mas admitiu que o país vizinho, neste momento, é mais competitivo que o Brasil, que sofre atualmente por conta do câmbio desfavorável. ?Ainda não há uma decisão da empresa a respeito desse assunto?, afirmou.
O Mégane, lançado em março deste ano no mercado local, continuará, no entanto, sendo o principal modelo da marca, que elegeu o veículo para espelhar a Renault no país. ?Estamos reavaliando nosso trabalho de marketing de forma a mudar o posicionamento da montadora?, comentou o executivo.
Outro item da estratégia de crescimento da companhia é a negociação para reduzir custos de peças com fornecedores locais. Segundo o executivo, a meta da empresa é alcançar uma diminuição de 25%. Jérôme disse ainda que a Renault tem como meta atingir o patamar de 90% de suas peças com produção nacional.
A empresa pretende ainda elevar a rede de concessionárias da marca das atuais 150 lojas para 176 unidades, até 2009, além de elevar o volume de vendas de cada uma delas de uma média atual de 27 unidades por mês para 50 carros, no mesmo período.
Em relação às novas contratações, o executivo informa que do total de 1 mil novas vagas, cerca de 350 já foram preenchidas neste ano e destaca que o aumento faz parte do plano de fortalecimento da equipe local de engenharia. ?Estamos considerando também a implantação de um segundo turno nas nossas fábricas?, afirmou.
Atualmente a Renault tem três fábricas no Brasil, que empregam 3,1 mil pessoas. As unidades estão localizadas em um único complexo industrial, em São José dos Pinhais, no Paraná. Entre as linhas produzidas aqui estão o Clio, Clio sedã, Scénic, Mégane e Renault Máster (um tipo de furgão), além dos modelos da Nissan, com quem mantém parceria (Frontier e X-Terra).
Em 2005, a empresa produziu 75.306 unidades e a previsão para este ano é alcançar a marca dos 78 mil carros. A capacidade, no entanto, é de 200 mil veículos de passeio e 50 mil utilitários. De janeiro a setembro deste ano, a produção acumulada é de 56.457 unidades.