O agressivo plano de relaxamento monetário do Japão visa a enfraquecer o iene e impulsionar as exportações do país em detrimento das de outras nações, mas pode acabar arrastando o Japão para uma crise econômica, disse Wei Jianguo, ex-vice-ministro de Comércio chinês.
Wei, agora secretário-geral da consultoria Centro Chinês para o Comércio Internacional, disse, em entrevista coletiva no Fórum de Boao, que as medidas de afrouxamento introduzidas pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tinham a intenção de ferir outros países, mas acabariam, na verdade, prejudicando o Japão.
Desde que chegou ao poder em dezembro, com promessas de impulsionar o crescimento da economia japonesa, Abe vem adotando um programa de expansão monetária e fiscal. Na quinta-feira, o Banco Central do Japão (BoJ) anunciou um plano para comprar trilhões de ienes em títulos do governo japonês e outros ativos, em uma tentativa de sustentar a recuperação econômica do país. O anúncio surpreendeu os mercados, provocando a depreciação do iene.
No entanto, Wei destacou que, mesmo com a fraqueza do iene nos últimos meses – o que deve tornar os produtos japoneses mais baratos no exterior – as exportações japonesas para a China têm caído este ano, sugerindo que a iniciativa pode não ter o resultado esperado.
O comércio sino-japonês encolheu 8,2% nos dois primeiros meses de 2013 ante igual período do ano anterior. Em janeiro e fevereiro de 2012, a redução havia sido de 3,9% ante o primeiro bimestre de 2011. As trocas entre os dois países diminuíram na esteira de uma série de disputas territoriais no ano passado, que aumentaram a tensão entre o Japão e a China. As informações são da Dow Jones.