O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse hoje ser ainda necessário que o BC japonês mantenha o relaxamento de sua política monetária diante da fraqueza da inflação doméstica, mas não exatamente da forma que a instituição tem feito nos últimos cinco anos.
“A atividade econômica e preços do Japão não estão mais numa situação em que implementar uma política em ampla escala para derrotar a deflação era considerada a conduta de política mais apropriada, como era o caso antes”, afirmou Kuroda em discurso a líderes empresariais em Nagoya, na região central do país.
Kuroda, que lançou um agressivo programa de compras de ativos em 2013, quando assumiu o cargo, disse que a economia japonesa apresentou “clara melhora” desde então, graças a lucros corporativos sólidos e um mercado de trabalho mais firme. Já a taxa anual de inflação subjacente, que exclui os preços de alimentos frescos, atingiu em setembro o nível de 1% pela primeira vez desde fevereiro. A meta de inflação de BoJ é de 2%.
Diante da divergência entre a economia e os preços, o BoJ deverá continuar a relaxar a política monetária “persistentemente” e, ao mesmo tempo, avaliar os efeitos positivos e negativos de sua política “de forma equilibrada”, disse Kuroda.
Ele admitiu, porém, que o banco central japonês “reconhece plenamente” que a continuidade da acomodação monetária poderá afetar a estabilidade do sistema financeiro e o funcionamento da intermediação financeira.
Em sua última reunião, na semana passada, o BoJ decidiu manter sua política inalterada, incluindo a taxa de depósitos em -0,1% e a meta para o juro do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos em torno de 0%. O BoJ também reiterou que manterá taxas de juros “extremamente” baixas “por um período estendido”. Fonte: Dow Jones Newswires.