O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 11, revela que o mercado financeiro não fez alterações para o cenário de dólar este ano. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o câmbio no encerramento de 2015 seguiu em R$ 3,20. Quatro edições anteriores da Focus, a mediana estava em R$ 3,25. A taxa média prevista para este ano, no entanto, caiu de R$ 3,08 para R$ 3,07 – um mês atrás estava em R$ 3,13.

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Já para 2016, a cotação final seguiu em R$ 3,30 pela quinta semana seguida. A taxa média para o ano que vem recuou de R$ 3,23 para R$ 3,21, mesmo patamar visto um mês antes.

Preços administrados

As projeções para a alta dos preços administrados em 2015 voltaram a subir ao passarem de 13,05% para 13,20%, de acordo com o relatório do BC. Há um mês, a mediana para esse conjunto de itens estava em 13,00%.

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Segundo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, porém, a alta dos preços administrados em 2015 será de 11,8%, e não mais de 10,7% como no documento anterior. No caso de 2016, a previsão de elevação de 5,2% desse conjunto de preços foi substituída por uma expansão de 5,3%.

Essa previsão para os administrados deste ano leva em conta uma alta de 38,3% na tarifa de energia elétrica, mesma expectativa do ata anterior. No caso de telefonia fixa a previsão da diretoria do BC é de uma queda de 4,1% em 2015, mesmo valor considerado no Copom anterior.

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Para formar seu cenário para os preços administrados, o BC informou também que levou em conta hipótese de elevação de 9,8% no preço da gasolina (ante 8% de março) e de alta de 1,9% no preço do botijão de gás (3,2% era a estimativa anterior).

Para 2016, a expectativa no boletim Focus é a de que a pressão para a inflação desse conjunto de itens seja menor. A mediana das estimativas passou de 5,76% para 5,71%. Há quatro semanas estava em 5,50%.

Superávit comercial

As projeções do mercado financeiro para a balança comercial deste ano pioraram, de acordo com o Relatório de Mercado Focus. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 caiu de US$ 4,02 bilhões para US$ 3,0 bilhões – um mês antes essa previsão estava em US$ 4,30 bilhões. Para 2016, a mediana das projeções apresentou uma leve alta, já que a previsão de superávit de US$ 9,95 bilhões foi substituída pela de US$ 10,00, mesmo nível de um mês atrás.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro espera agora um déficit de US$ 80,00 bilhões, ante US$ 78,55 bilhões na semana anterior. Quatro semanas atrás,a projeção era de déficit de US$ 77 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo passou de US$ 72 bilhões para US$ 75 bilhões. Há um mês, estava em US$ 70 bilhões.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem. A mediana das previsões passou de US$ 57,50 bilhões para US$ 59 bilhões em 2015 e se manteve em US$ 60 bilhões em 2016.