O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da reforma tributária na Câmara, reiterou nesta segunda-feira, 7, a sua expectativa de que o projeto possa ser votado em agosto, se possível antes mesmo da reforma da Previdência, como defenderam membros do governo na semana passada.

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“Pode ser junto, do lado, na frente ou atrás, não há importância, temos tempo para isso”, declarou o tucano, que participou nesta segunda-feira de evento da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), em São Paulo. A mudança de ordem de votação foi defendida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD-SP), e pelo Secretário de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

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Hauly minimizou a afirmação de seu colega, o deputado e relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), que também esteve no evento da Abad e disse acreditar ser impossível votar primeiro o projeto que altera o sistema tributário. “A nossa (reforma) é diferente da previdenciária, da trabalhista e das outras. A convergência é muito maior. Na nossa comissão especial tem a esquerda, o centro e a direita, ela vai ser de pouco atrito”, declarou, sublinhando a necessidade de reformar o sistema, que considera caótico, um “Frankenstein funcional”.

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Refis

Para a plateia de empresários, Hauly também defendeu o novo projeto do programa do refinanciamento de dívidas (Refis), relatado pelo deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). “Se não for a proposta do Newton, o governo não vai arrecadar nem R$ 500 milhões”, afirmou, recebendo aplausos de parte da plateia.

O governo é contra a proposta do peemedebista, por considerar que ele é muito prejudicial do ponto de vista da capacidade de arrecadação. A equipe econômica esperava conseguir R$ 13 bilhões com o Refis neste ano. No entanto, o parecer de Newton desfigurou a proposta, passando a prever descontos de 99% em juros e multas, o que reduz o potencial de arrecadação a R$ 420 milhões.

Em entrevista mais cedo, Meirelles afirmou que o governo trabalha para apresentação e aprovação de um segundo parecer sobre a medida provisória, mais “equilibrado”. Como o regimento interno da Câmara não permite a apresentação de um novo relatório sobre a Medida Provisória (MP), o governo negocia com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e lideranças a elaboração de uma emenda aglutinativa em relação ao texto da MP.