A relação entre os preços do etanol e os da gasolina avançou e atingiu 66,55% na primeira semana de fevereiro na capital paulista, na comparação com 65,17% na última semana de janeiro, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
“Ainda é a mais baixa desde 2009, mas já começa a embicar para cima, e deve manter-se nessa trajetória ao longo dos próximos meses”, estimou o economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, André Chagas.
De acordo com Chagas, o aumento nos preços da gasolina, por causa da volta da Cide, também está abrindo espaço para reajustes nos valores do etanol no varejo. No IPC, que mede a inflação na cidade de São Paulo, a gasolina subiu 3,75% na primeira leitura deste mês, após 0,65% no fechamento de janeiro.
Já o álcool combustível ficou com uma taxa de 4,17%, depois de 1,93%. “Se a sazonalidade (desfavorável, com a entressafra) se confirmar, a relação entre os preços deve permanecer elevada até meados de abril, quando reinicia o ciclo de colheita e processamento da safra de cana-de-açúcar”, avaliou.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder da gasolina. Entre 70% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.