A relação entre os preços do etanol e os da gasolina na capital paulista fechou setembro com o maior resultado em cinco anos, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No nono mês deste ano, o nível chegou a 67,75%, ante 66,86% em agosto. Em relação à comparação semanal, essa equivalência passou de 66,99% na terceira para 69,49% na quarta semana.

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“Nesse último período, os preços de etanol saltaram e isso influenciou a relação entre os dois combustíveis na quarta semana, que também é o maior resultado desde a mesma semana de setembro de 2011 (70,59%)”, explicou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, André Chagas. No fechamento de setembro de 2011, essa relação chegou a 70,83%.

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O nível apurado na última semana do mês passado ficou bem perto da marca psicológica de 70%. Segundo especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.

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“A relação entre os combustíveis deve cruzar o limite de 70% nas próximas semanas, à medida que o etanol deixar de ser competitivo ante a gasolina. Isso reflete o fim da colheita”, citou Chagas. De acordo com o setor sucroalcooleiro, entre agosto e setembro, a moagem de cana-de-açúcar tende a começar a perder ritmo.

No IPC da Fipe, que apura a taxa de inflação na cidade de São Paulo, o etanol ficou 1,16% mais caro, enquanto a gasolina ficou 0,06% mais em conta. Contudo, Chagas adiantou que nas coletas mais recentes o preço do álcool combustível já está subindo mais de 3%, o que pode afetar o IPC fechado de outubro. “É uma preocupação para o mês”, disse. Em setembro, o IPC caiu 0,14%, depois de alta de 0,11% em agosto.