A futura exploração de potássio na Amazônia tem como maior desafio equacionar o impacto ambiental, já que a produção em escala industrial vai gerar um grande volume de resíduos. Para extrair o potássio, a indústria perfura canais profundos, por onde injeta água quente para solubilizar os sais minerais depositados na jazida, incluindo o cloreto de potássio e de sódio (sal de cozinha) e outros subprodutos, que depois são segregados. “A questão é o que fazer com a salmoura. O volume de rejeito aproveitado é uma pequena fração da produção total”, alerta o geólogo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados, Éder de Souza Martins.

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Em Sergipe, onde a exploração é feita próxima ao oceano, o rejeito é lançado no mar sem ameaçar o ecossistema. O mesmo não pode ser feito em uma bacia de água doce. “Seriam milhões de toneladas. Não é uma solução adequada”, afirma Martins. A saída seria a industrialização do cloreto de sódio para uso comercial. Ainda assim, o pesquisador questiona “o sentido de produzir tanto sal”.

O Brasil é o terceiro maior consumidor de potássio no mundo, com demanda estimada em 3,7 milhões de toneladas. Isso representa 13,9% do consumo mundial, atrás da China (18,9%) e dos Estados Unidos (16,4%), segundo dados da Associação Internacional das Indústrias de Fertilizantes (IFA, na sigla em inglês). As importações do produto correspondem a mais de 90% da demanda nacional.

A única fonte produtora no País fica no Complexo de Mina/Usina de Taquari-Vassouras, em Sergipe. Na região, o nutriente é encontrado a uma profundidade média de 500 metros, enquanto na região de Nova Olinda do Norte, no Amazonas, calcula-se que o material estaria depositado a cerca de 1.000 metros. “Quanto mais profundo, mais cara a exploração”, diz Martins.

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