O Comitê para o Brexit do Reino Unido caracterizou a necessidade de um acordo de saída do Reino Unido da União Europeia como uma “prioridade urgente”, ressaltando que alguns progressos foram feitos, mas “pontos persistentes permanecem”.

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Em relatório sobre os progressos do Brexit feitos entre junho e setembro, o Comitê apontou que não é possível um acordo de retirada sem uma proposta de apoio viável para a fronteira irlandesa e que um acordo no mesmo estilo realizado com o Canadá não garantiria, por si só, o comércio livre de atritos ou uma fronteira irlandesa aberta.

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“Um não acordo do Brexit poderá ser caótico e prejudicial” para a economia do Reino Unido, levando muitas empresas a enfrentarem enorme incerteza, alertou o Comitê, acrescentando que o prazo final do Conselho Europeu é em outubro, ou no máximo até meados de novembro. “Um tempo a mais do que o estipulado é extremamente limitado”.

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O relatório do Comitê observa que houve algum progresso no esboço do acordo de retirada – agora dito estar 80% completo -, mas enfatiza que permanecem pontos críticos significativos. Entre eles: a fronteira irlandesa e um acordo alfandegário facilitado.

“Evitar uma fronteira dura na Irlanda continua sendo o maior obstáculo”, apontou o relatório. “Sem um acordo, não haverá acordo do Brexit e, portanto, nenhum período de transição/implementação”, salientou o Comitê.

“O tempo está se esgotando para garantir um Acordo de Retirada. Sem um, não haveria período de transição e isso deixaria as empresas e os cidadãos enfrentando grande incerteza em apenas sete meses. Há, no entanto, problemas significativos ainda a serem resolvidos”, disse o presidente do Comitê, Hilary Benn.

Benn apotou ainda que a necessidade de um apoio para manter aberta a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte foi acordada em dezembro do ano passado pelos dois lados e é, portanto, fundamental para qualquer Acordo de Retirada. “A UE afirmou que não tem objeções em relação ao pedido do Reino Unido ‘em princípio’ e isso é muito bom, mas o governo ainda não definiu como manterá uma fronteira aberta sem impor controles alfandegários e regulatórios. E, agora, devem fazer isso”, disse Benn.