Diplomatas dos Estados Unidos e do Reino Unido se reuniram com lideranças de milícias da Líbia nas últimas semanas para ajudar na retomada das exportações de petróleo no país, segundo membros das milícias e também funcionários de países do Ocidente. Os encontros com um líder miliciano convalescente em Istambul e seus rivais em Túnis são parte de um esforço para ajudar o governo líbio a combater o Estado Islâmico e impulsionar o setor petrolífero líbio.
O esforço parece ter compensado – a Líbia retomou seus embarques em um porto há tempos fechado na semana passada -, porém também tem consequências profundas. As exportações petrolíferas da Líbia colaboram para o excesso de oferta no mercado da commodity, o que mina a tentativa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de controlar esse quadro.
A Líbia é uma prioridade para autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido porque a instabilidade no país permite que o Estado Islâmico e traficantes de pessoas ganhem espaço nesse país. O governo líbio precisa de dinheiro para combater os rebeldes e a venda de petróleo é a maneira mais fácil de fazer isso.
A Líbia tenta triplicar sua produção de petróleo, na comparação com os 300 mil barris por dia do mês passado. Em 23 de setembro, o país atingiu 410 mil barris por dia, segundo a companhia estatal do país.
O plano, porém, entra em choque com a estratégia de outros países da Opep. Haverá uma reunião de produtores na quarta-feira para discutir limites à produção, que segundo a própria Opep deve superar a demanda em média em cerca de 760 mil barris por dia.
Caso a Líbia consiga se aproximar de 1 milhão de barris por dia em sua produção de petróleo, “qualquer acordo para congelar a produção da Opep iria fracassar”, disse John Hall, da consultoria britânica Alfa Group. Fonte: Dow Jones Newswires.