Os riscos de deflação são remotos, afirmou o comissário europeu para Economia, Olli Rehn, apesar de as pressões dos preços estarem “baixas e se enfraquecendo”. Durante a apresentação do relatório semestral de projeções econômicas da Comissão Europeia, Rehn disse que a inflação continua “claramente abaixo” da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de pouco menos de 2,0%.
Apesar da significativa fraqueza da economia, “o risco de deflação parece, no entanto, remoto na atual conjuntura” enquanto as expectativas de inflação permanecerem em território positivo. Rehn destacou que o presidente do BCE, Mario Draghi, prometeu fazer o que for preciso para garantir que a taxa de inflação fique em linha com a meta da instituição.
Rehn também fez comentários sobre o alto superávit em conta corrente da Alemanha nos últimos anos e disse que o país teve superávit acima de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) por três anos, o que a União Europeia considera um desequilíbrio. Segundo Rehn, a Comissão Europeia precisa tomar uma decisão na próxima semana sobre a realização de uma revisão política aprofundada do superávit alemão.
As reformas na Alemanha para impulsionar a demanda doméstica combinadas com medidas na França para melhorar o mercado de trabalho são cruciais para um crescimento mais forte da Europa, afirmou Rehn. A autoridade observou que França e Espanha receberam mais tempo para reduzir seus déficits orçamentários exatamente para permitir que os dois países implementassem reformas estruturais difíceis.
Com relação a Itália e Portugal, Rehn afirmou que a UE prevê que ambos atingirão as metas para o orçamento. Rehn falou também sobre a Grécia e reconheceu que as discussões entre as autoridades locais e a troica – BCE, UE e Fundo Monetário Internacional (FMI) – “nunca foram precisamente fáceis”. A troica está na Grécia novamente nesta semana para avaliar o programa de ajuda internacional oferecido ao país.
Rehn destacou ainda que a conclusão da reestruturação do setor bancário da zona do euro é necessária para garantir a sustentabilidade da recuperação econômica. Fonte: Dow Jones Newswires.