O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender na manhã desta quinta-feira, 7, a criação de um novo regime trabalhista, com mais empregabilidade para os jovens, mas com menos direitos, o que reduziria o custo de contratação para as empresas. Ele enfatizou, no entanto, que essa mudança não será proposta ao mesmo tempo que a reforma da Previdência para não atrapalhar a tramitação da mudança no regime de aposentadorias.
“É muito cedo ainda para falarmos de mudanças trabalhistas. Quando o presidente voltar, vamos mostrar várias simulações”, disse Guedes ao sair de café da manhã com investidores. “As regras trabalhistas não estão sendo mudadas pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Previdência. Não vamos misturar os assuntos para não atrapalhar o trâmite da reforma”, acrescentou.
Guedes voltou a classificar a atual legislação trabalhista como um conjunto “fascista” de leis ultrapassadas que não serviriam mais para garantir o emprego dos mais jovens. “Queremos libertar os jovens de um regime obsoleto, atrasado e injusto, que não proporciona hoje emprego para eles”, acrescentou o ministro.
Ele lembrou que hoje mais de 46 milhões de trabalhadores brasileiros estão na informalidade, devido aos altos encargos que incidem sobre a folha de pagamentos das empresas. “Cada emprego hoje custo dois porque os encargos são muito altos. Para cada jornalista contratado, há um desempregado”, disse.
O ministro enfatizou que, no novo sistema as empresas terão custo zero com a folha de pagamentos. “A carteira verde e amarela é um sistema diferente, com empregabilidade grande. Haverá escolha entre um regime de muito direito e pouco emprego, e outro de pouco direito e muito emprego”, acrescentou.