Rio – A indústria da construção mostrou uma forte mudança regional de 1996 a 2005, segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), relativa a 2005, divulgada ontem pelo IBGE. A região Sudeste registrou a maior perda de espaço, passando de uma participação de 65,7% no total de construções realizadas no País em 1996 para 55,2% em 2005. No período, a região reduziu a participação no pessoal ocupado na construção nacional de 62,3% para 53,6%.
O Estado de São Paulo diminuiu sua participação no total de construções executadas no período de 39,7% para 30,4% e, no pessoal ocupado, de 32,8% para 26,5%. Ainda assim, o Sudeste concentrava, em 2005, mais da metade das construções realizadas (55,2%) e do emprego gerado pelas empresas de construção (53,6%) no Brasil.
Ainda segundo a pesquisa, a região Norte foi a que mais ampliou sua participação na indústria de construção, elevando a fatia nas construções executadas de 3,2% (1996) para 7,4% (2005) e, no pessoal ocupado, de 3,3% para 6,6%.
Os destaques da região foram os Estados do Pará (1,2% das construções do País em 1996 e 3,3% em 2005), do Amazonas (0,6% para 1,5%) e do Tocantins (0,8% para 1,7%).
Setor empresarial
A pesquisa apontou, ainda, que o setor empresarial de construção reduziu suas atividades em 2005, na comparação com 2004. O valor das construções executadas teve uma queda real de 5,4% (deflacionado pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil do período, também calculado pelo IBGE) de um ano para o outro.
Em termos reais, segundo a pesquisa, uma queda mais acentuada foi verificada no valor das construções para entidades públicas, que teve redução de 8,0% entre os dois anos.
Segundo os técnicos do IBGE, os resultados negativos podem ser relacionados à desaceleração do ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que passou de 5,7% em 2004 para 2,9% em 2005.
Ainda de acordo com o instituto, ?o desempenho da economia brasileira em 2005 refletiu o contexto de uma política monetária contracionista, direcionada para manter a estabilidade dos preços. O ambiente de altos patamares da taxa de juros afeta as decisões de investimento por parte das empresas e famílias, o que, por sua vez, impacta significativamente o setor da construção?.