O novo ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos, previu nesta sexta-feira, 19, em São Paulo, um ambiente menos conturbado para a aprovação da reforma tributária do que o que envolveu a reforma da Previdência, até agora aprovada na Câmara dos Deputados em primeiro turno.
“Para a reforma tributária o rio está mais ameno”, disse o ministro em resposta a uma pergunta da plateia de empresários que participaram de almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) sobre como vê que se dará a tramitação da reforma no Congresso. “Não vejo a reforma tributária enfrentando as mesmas dificuldades da previdenciária”, afirmou o ministro.
Para Ramos, que agora encampa a missão de fazer a articulação política entre o Executivo e o Legislativo, haverá debates acalorados em torno da reforma no Parlamento. Mas ele diz compreender perfeitamente as discussões porque são elas que permitem os momentos de exposição tão necessários do parlamentar para sua base.
Citando conversas familiares em que seu genro reclama do entrave ao crescimento que a elevada carga tributária se constitui, o ministro disse que “o Brasil precisa da reforma para acabar com a guerra de tributos”. Dirigindo-se à plateia, o ministro disse que “os senhores são os verdadeiros heróis deste País pela elevada carga tributária que enfrentam”.
Ramos aproveitou a presença da imprensa ao evento para acenar com uma bandeira branca para o Legislativo ao elogiar publicamente o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelo esforço que o deputado fez para aprovar a reforma da Previdência no primeiro turno no Plenário da Casa. “Quero homenagear publicamente aqui o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pela aprovação da reforma. Ele foi o capitão da reforma da Previdência num mar revolto”, disse o ministro arrancando aplausos da plateia.
Durante sua palestra, o ministro gastou seu tempo quase que totalmente para fazer a apresentação de seu currículo e de si próprio ao grupo de empresários que o ouvia. De acordo com ele, esta foi sua primeira participação em um evento da iniciativa privada desde que tomou posse como ministro.
Ele disse ter facilidade para articular e que parte desta capacidade foi adquirida em missões militares internacionais como, por exemplo, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, que ele comandou, e como adido militar em Israel.
Ramos, que é pai de uma jornalista, também ressaltou a importância do bom relacionamento dos governos com a imprensa que, para ele, é quem faz o elo de ligação entre os governos e a população. O general, contudo, reclamou do fato de a imprensa dar pouco destaque às coisas boas que o governo tem feito.
Para ele, a imprensa tem dado pouco espaço, por exemplo, aos investimentos que grandes conglomerados empresariais estrangeiros têm feito no Brasil, bem como a pontuação do Ibovespa, que tem permanecido acima dos 100 mil pontos em reposta à confiança que o mercado tem mostrado em relação à gestão de Bolsonaro.