O secretário de acompanhamento econômico do ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, defendeu a reforma da Previdência e afirmou que sem ela seria preciso aumentar a já elevada carga tributária do País. A estimativa de Mansueto é que sem a reforma o governo terá que elevar a tributação em R$ 500 bilhões nos próximos 30 anos.

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“Fazer ajuste carregando em carga tributária não é uma opção”, disse em palestra no seminário Novas Tendências em Educação Financeira, promovido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro.

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Ao defender a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência apresentada pelo governo Michel Temer, Mansueto disse que não faz sentido pessoas se aposentarem aos 50 anos, “auge da atividade produtiva”.

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Mansueto defendeu também o ajuste fiscal em curso para reduzir o nível de endividamento do País, afirmando que apesar do momento difícil ele está sendo implementado de forma gradual. A prova disso seria o fato de que o orçamento do próximo ano terá um crescimento nominal de R$ 80 bilhões, sendo que o da saúde será de R$ 10 bilhões. “Sem ajuste fiscal, a dívida pública pode passar de 100% do PIB. Por isso o ajuste fiscal tem que ser feito”, reforçou.

A uma plateia de estudantes, o secretário disse esperar que o mercado de capitais possa ser atrativo no Brasil para investimentos de longo prazo. Ele lembrou que atualmente o nível de poupança do País é muito baixo, em torno de 16% do PIB. Isso reforça, segundo ele, a importância da educação financeira e do trabalho desenvolvido pela CVM para dar transparência ao mercado de capitais. “Se tivéssemos educação financeira teríamos feito o ajuste fiscal antes de chegar à crise fiscal”, comentou.

Ao explicar a crise fiscal que o Brasil atravessa, o secretário afirmou que ela significa que tudo que o governo arrecada não é suficiente para pagar suas despesas. “Então o governo tem que ir ao mercado pedir dinheiro emprestado para nós”, disse.

“É normal o governo ter dívida. O que não é normal é o nosso nível de endividamento”, comentou Mansueto, destacando que a dívida bruta brasileira está muito acima da de outros países de renda média. Ele criticou o governo do PT por ter “jogado fora” grande parte do boom das commodities e ter gasto dinheiro público em “obras inúteis”.