Reduzido volume de energia para leilão

São Paulo – O Ministério de Minas e Energia editou, às vésperas do feriado de Semana Santa, na quinta-feira, uma portaria reduzindo o volume de eletricidade a ser comprado pelas distribuidoras no leilão que será realizado sábado. Com isso, a demanda de energia será diminuída em 720 megawatts (MW) – quantidade não contratada no primeiro leilão de energia existente e que antes poderia ser incorporada na compra desta semana para entregas a partir de 2008 e 2009.

A decisão não agradou aos empresários do setor. Na opinião do presidente da Câmara Brasileira dos Investidores de Energia Elétrica (CBIEE), Cláudio Salles, o que o governo fez pode ser interpretado como uma reserva de mercado. Para ele, a demanda reduzida no leilão agora será atendida pela energia de Angra dos Reis. Salles baseia-se nas palavras do secretário de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, sobre as soluções para a usina nuclear.

?O governo quer vender a energia de Angra da mesma forma como ocorre hoje com a de Itaipu?, afirma Salles. Se isso se confirmar, o custo dessa eletricidade, em torno de R$ 90 o MWh, será rateado entre várias distribuidoras. Nesse processo, tanto o consumidor como o distribuidor saem perdendo – o usuário pagará mais caro e as empresas não terão segurança para suprir seu mercado.

O presidente da CBIEE lembra que a medida foi tomada nove dias antes do segundo leilão de energia velha, que foi adiado também na semana passada. O cronograma inicial previa que o evento fosse realizado amanhã, mas para não pressionar as ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo foi transferido para sábado, justificou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Como no primeiro leilão, ocorrido em dezembro, o evento de sábado será realizado no Hotel Gran Meliá World Trade Center, em São Paulo. A estimativa é de que as despesas com o desenvolvimento do sistema, com a infra-estrutura e com a logística fiquem na casa dos R$ 2,48 milhões.

Cada empresa habilitada terá uma sala de trabalho isolada e preparada especialmente para o leilão. Equipamentos como telefones celulares, computadores, pagers ou objetos metálicos de toda natureza não serão permitidos no local. Nas salas de trabalho haverá todo o material necessário para a transação, desde equipamentos de informática e material de escritório até alimentação porque quem entrar no local não poderá sair enquanto o leilão não for concluído. Se sair, não poderá retornar. Na entrada, haverá detectores de metais.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo