A Petrobras está “pronta para fazer a redução do preço” da gasolina e do óleo diesel. Um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já conseguiu “dobrar” a estatal petrolífera, que resistia a baixar o preço do diesel a partir de maio, como ela prometera aos caminhoneiros, 15 dias atrás. O anúncio só não foi feito ainda porque o Ministério da Fazenda, que também já dá como certa a redução do preço do óleo diesel, está fazendo uma contraproposta para ver se usa o preço da gasolina para aumentar a arrecadação do governo.
Se a Fazenda sair vitoriosa, o problema é que o preço da gasolina pode cair para a Petrobras sem que nada mude para o consumidor. Isso porque o ministério da Fazenda quer elevar a parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – um tributo que vem embutido no preço do combustível.
O interlocutor do Planalto diz que a solução de mexer na Cide está sendo estudada pela equipe econômica, que quer aproveitar a queda do preço do petróleo no mercado internacional para aumentar a receita do governo – que vem caindo por causa da crise financeira e das desonerações tributárias. Os economistas do governo alegam que, no ano passado, o preço dos combustíveis subiu e o consumidor foi poupado do aumento, porque o Planalto mandou reduzir a Cide. Agora, querem que a Petrobras abra mão dos lucros em favor do Tesouro, anulando a redução para o consumidor que, no entender deles, já foi beneficiado. O preço do diesel também deve cair na refinaria, mas, nesse caso, parte do ganho será dividida com o consumidor via redução de preço.