A Tim Sul, operadora da banda A da telefonia móvel no Paraná, Santa Catarina e Pelotas (RS), não será afetada pelo processo de enxugamento anunciado na última sexta-feira pela Telecom Italia Mobile (Tim). Para oferecer serviços de telefonia celular em todo o País, a companhia pagou R$ 1,9 bilhão pela licença das bandas D e E e criou a holding Tim Brasil. Como a autorização da Anatel para o início dessa operação não saiu e ainda não há data prevista para o início, a empresa decidiu adiar os investimentos de US$ 444,73 milhões previstos na implantação da tecnologia GSM em 2002.
Em comunicado à imprensa, a Tim informa que “está reduzindo temporariamente o ritmo de implantação das novas operadoras de celular GSM no Brasil, de forma a adequar os investimentos no País ao atraso no início de sua operação comercial”. Para isso, a companhia diz estar “redimensionando e tornando mais graduais as despesas nas áreas de implantação da infra-estrutura da rede GSM e na montagem da estrutura comercial das novas operadoras”.
De acordo com a assessoria de imprensa da Tim Sul, as mudanças comunicadas na sexta-feira só atingem as regiões nas quais a Tim ainda não está operando, onde a empresa investiu em treinamento de pessoal prevendo que o início dos serviços ocorreria ainda no primeiro trimestre de 2002. Nesses locais, os cortes começaram nos serviços terceirizados, porém a redução maior será nas centrais de atendimento no Rio e em São Paulo. A assessoria da operadora ressaltou que os cortes não afetam a Tim Sul, Tim Nordeste e Tim Maxitel. A Tim Sul emprega 1,1 mil pessoas.
Impasse
A Tim pretendia lançar os serviços em todo o País no começo do ano. O que impediu a autorização da Anatel foi o impasse gerado pelo fato de a Brasil Telecom (empresa controlada pelo grupo italiano) não ter antecipado as metas de universalização. Segundo informações do órgão regulador, estão avançando as negociações na busca de solução para o impasse e o grupo Telecom Italia e o Opportunity, controlador da BrT.
Para analistas, uma das saídas é o depósito das ações da Telecom Italia na BrT em um fundo fiduciário, com a grupo italiano deixando de participar da decisões na operadora. A outra, é partir para uma disputa judicial, já que a participação italiana no capital da BrT continua a ser motivo de controvérsia.
