Redução do IPI já elevou em 7% venda de carros

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informou que a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do carro zero – em vigor desde 6 de agosto – já produziu efeitos positivos sobre as vendas do setor. Levantamento feito pela associação mostra que foram comercializados 111 mil carros de 4 de agosto até anteontem – 3 de setembro -, um aumento de 7% em relação ao mesmo período anterior (4 de julho a 3 de agosto). No entanto, a comparação entre julho e agosto, quando foram comercializadas 100.767 unidades automotivas, mostra uma queda de 11,3% nas vendas do setor.

Segundo o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, não é possível medir o efeito da redução do IPI sobre as vendas do setor levando em conta apenas a comparação entre os meses de julho e agosto. “Agosto foi um mês extremamente tumultuado. Tivemos fábricas com férias coletivas. Julho teve 23 dias úteis contra 21 dias de agosto. Foram dois dias úteis a menos para se vender. A redução dos juros [Selic] ocorreu só no final do mês”, disse.

Mesmo assim, Carvalho aposta que haverá um aquecimento nas vendas de automóveis a partir deste mês. “A redução do IPI vai mostrar efeitos positivos nas vendas e na produção a partir de setembro.”

Redução do IPI

No começo do mês passado, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, anunciou a redução temporária do IPI do carro novo. A redução – de três pontos – na alíquota do IPI atinge os veículos médios (até 2.000 cilindradas) estará em vigor até 30 de novembro. A medida emergencial foi adotada para aquecer as vendas internas de veículos e evitar demissões no setor automotivo.

Exportação

Mais uma vez as exportações de veículos salvaram o desempenho do setor automotivo em agosto. No mês passado, foram vendidos para o mercado externo US$ 519,89 milhões – um aumento de 60,3% em relação ao mesmo mês de 2002.

Foi o melhor resultado para meses de agosto da história. No entanto, o recorde histórico, registrado em março de 1998, quando as exportações chegaram a US$ 554 milhões, permanece de pé.

Na comparação com julho, houve um aumento de 16,7% nas vendas externas de veículos. No acumulado do ano, as exportações chegam a um volume de US$ 3,326 bilhões – um aumento de 35,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mercado interno

No lado contrário, as vendas de veículos para o mercado interno e a produção retomaram a trajetória de queda que havia sido revertida em julho. Em agosto, a indústria automotiva produziu 100.767 unidades, uma queda de 11,3% em relação a julho e 20,4% na comparação com o mesmo mês de 2002. No acumulado do ano, quando as vendas totalizam 862.043 veículos, a queda é de 9,9%.

No mês passado foram produzidos 132.815 veículos – o menor volume desde fevereiro de 2002, quando foram fabricados 123,9 mil unidades. A queda é de 11,3% na comparação com julho e de 6% com o mesmo mês do ano passado.

No ano, foram fabricados 1,180 milhão unidades, uma alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2002.

Emprego

A indústria automotiva encerrou agosto com 92,4 mil pessoas empregadas, uma queda de 0,2% em relação ao mesmo mês de 2002.

Essa relativa estabilidade foi sustentada pelo setor de máquinas agrícolas, que contratou 1.041 funcionários nos últimos 12 meses. No mesmo período, a indústria de veículos demitiu 1.190 empregados.

Receita vai monitorar montadoras

O governo vai monitorar, por meio da Receita Federal, se a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedida às montadoras foi repassada para os preços dos carros, disse ontem o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda). Ele afirmou que a manutenção do acordo que permitiu a queda do imposto está condicionada a esse repasse. “Se evidentemente as empresas não estivessem cumprindo aquilo que foi proposto, o governo não teria por que manter o acordo”, disse.

Por enquanto, disse o ministro, o governo não tem informações de que as montadoras não estejam cumprindo o acordo e, portanto, não pretende rever a redução de impostos. Segundo ele, ainda é preciso “verificar o que está acontecendo nas revendas”.

Segundo o ministro, no final de novembro, quando termina o acordo que permitiu a queda de três pontos percentuais no IPI de automóveis, os resultados da “experiência” feita no setor de automóveis serão avaliados. “Vamos ver se foi positivo, se devemos prosseguir em outras áreas, se isso deve ser uma política permanente”, disse.

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