O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou nesta terça-feira, 29, que a redução de 8,9% no estoque de operações do cheque especial em dezembro era esperada, porque os tomadores tendem a quitar suas dívidas no fim do ano. “Já a expansão de apenas 0,6% do cheque especial em 2018 é positiva porque, diferentemente de outras linhas, é desejável que essa fique estável, sem crescimento”, acrescentou.
Rocha apontou que as medidas de autorregulação lançadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) proporcionaram um canal de saída do cheque especial, fazendo com que a modalidade não tenha tido um crescimento significativo em 2018. “Mas a economia também cresceu, o que pode indicar uma menor necessidade de usar o cheque especial”, completou.
Segundo ele crescimento nos juros da modalidade, de 305,7% ao ano em novembro para 312,6% em dezembro decorre do efeito composição – normalmente quem busca o cheque especial no fim do ano tem um perfil de risco mais alto -, mas também da elevação de taxas por uma instituição financeira.
“A redução das taxas do cheque especial no ano, após a medida da Febraban, foi menor que no rotativo do cartão de crédito. Não podemos dizer que houve redução das taxas de juros do cheque especial após as medidas da Febraban”, completou ele.