Foto: Arquivo/O Estado |
Rodrigo Rocha Loures: conseqüências na indústria. continua após a publicidade |
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, enviou carta aos ministros da área econômica e de relações internacionais do governo federal alertando sobre as conseqüências de uma eventual redução das tarifas de importação praticadas pelo Brasil. O maior risco, afirma, é a desindustrialização do País.
Na carta, endereçada aos ministros Guido Mantega, da Fazenda; Paulo Bernardo, do Planejamento; Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior; e Celso Amorim, de Relações Exteriores; Rocha Loures lembra que, a exemplo dos demais países em desenvolvimento, o Brasil sofre enormes pressões internacionais para baixar as tarifas de importação sobre os produtos industriais. ?A indústria não é moeda de troca e os empresários brasileiros não pedem protecionismo ao governo e sim condições de investir na melhoria dos processos produtivos?, afirma Rocha Loures.
O dirigente defende a construção, com urgência e em conjunto, de uma estratégia de desenvolvimento que balize as negociações nos fóruns internacionais e evite o processo de desindustrialização. O presidente da Fiep afirma ainda que ?a política industrial é um espaço privilegiado de negociação e entendimento público e privado capaz de definir nossa inserção internacional, o perfil de atividade produtiva que queremos para o País e as estratégias que o governo e indústria podem e devem formular em busca da competitividade?.
A reivindicação por parte dos países desenvolvidos da redução das tarifas de importação praticadas pelos países em desenvolvimento vem ganhando força nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Estudos internacionais mostram que a medida, se aprovada, prejudicaria um grupo de 38 países em processo de desenvolvimento, entre eles México e Brasil, que já sofrem a concorrência desleal dos subsídios americanos e europeus.
O presidente da Fiep lembra que as empresas brasileiras já enfrentam um ambiente adverso, com altas taxas de juros, uma das maiores cargas tributárias do mundo, real supervalorizado e infra-estrutura precária. ?Esses gargalos de responsabilidade das políticas públicas, formam um cenário que impossibilita uma competição justa para o produto brasileiro, situação que pode se agravar com a redução das tarifas de importação reivindicada pelos países desenvolvidos?, reitera.
A posição da Fiep, em consonância com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), alinha o Brasil ao posicionamento do G-20, uma frente que reúne países em desenvolvimento.