Redução de subsídios é vitória da sensibilidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou os resultados da reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio). Segundo ele, os países menos desenvolvidos conseguiram “sensibilizar corações e mentes” americanos e europeus.

“Abrir novos mercados, novos espaços, novas amizades, novos relacionamentos foi uma tarefa, eu diria, muito grande, que nós conseguimos coroar com certo êxito na última sexta-feira, quando em Genebra conseguimos, por fim, sensibilizar corações e mentes americanos, corações e mentes europeus”, disse Lula se referindo ao encontro de 147 países membros da OMC.

No encontro, foi aprovado por consenso, o acordo que define as diretrizes básicas para o avanço da Rodada Doha.

O grande ganho para o Brasil vai se dar na área do apoio às exportações agrícolas dos países ricos. Serão eliminados os subsídios, fornecidos essencialmente pela União Européia, e mais bem disciplinados os créditos e outros mecanismos de suporte à exportação, que os EUA usam abundantemente.

No entanto, Lula disse que os subsídios agrícolas já não representam “um entrave” para as exportações brasileiras. O “subsídio já não é mais um entrave tão grande para que nós possamos exportar determinados produtos onde temos vantagens comparativas”, disse.

De acordo com o presidente, o Brasil quer ser um país exportador de produtos de maior valor agregado.

“O Brasil precisa se dar uma chance e entrar na era da exportação de conhecimento e tecnologia. E nós temos material humano para isso, nós temos base universitária para isso, nós temos potencial econômico para isso.”

Lula esteve em Barueri (SP) para o lançamento, pela HP Brasil, de um projeto-piloto para o incremento das exportações de serviços de tecnologia da informação.

Inclusão

Lula disse, ontem, que está em estudo uma política de concessão de benefícios para tornar viável o projeto de inclusão digital no País. “O Brasil precisa de uma política especial para que possamos produzir mais e melhores computadores, que possam ser vendidos a preços mais baratos, para que as pessoas possam comprá-los”, disse.

“A política de inclusão digital é aquela em que o governo cria condições para produzir internamente ou para importar máquinas mais modernas possíveis a preços compatíveis com a possibilidade de pagamento médio da sociedade brasileira. É aí que entra o papel do governo, de discutir quais políticas tributárias terá para o setor”, afirmou o presidente.

Lula disse ainda que é preciso abrir novos mercados para que o Brasil não fique restrito a negociar com os Estados Unidos e com a União Européia.

“Abrir novos espaços foi uma tarefa muita grande que conseguimos coroar com êxito. Quando se tem relações fortes com blocos fortes como Estados Unidos e União Européia, vai ficando menos espaço para crescer, porque eles já são os maiores parceiros nossos em quase todas as áreas”, disse.

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