A redução da alíquota de ICMS sobre cerca de 95 mil bens de consumo popular gerou uma queda de 1,05% nos preços acumulados de abril a setembro, enquanto o custo de vida, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), em Curitiba, apresentou alta de 1,35%, no mesmo período. Com isso, o ganho das famílias foi de 2,4% com a redução da alíquota. Em alguns grupos, como o de Saúde e Cuidados Pessoais, o ganho foi ainda maior, de 3%.

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O cálculo é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e foi divulgado nesta quarta-feira (06). A Lei que reduz de 25% ou 18% para 12% a taxa ICMS para itens de consumo popular foi implantada em abril pelo governo do Paraná.

A economia obtida pelas famílias ao comparar-se os grupos cujos itens tiveram redução de alíquota com os mesmos grupos do IPC pode ser exemplificado da seguinte forma: se um produto custa R$ 100,00 e, com a redução do ICMS, ele caiu 1,05%, passou a custar R$ 98,95. Caso ele não fosse influenciado pela redução da alíquota e seguisse o aumento geral do IPC, ele custaria R$ 101,35. A diferença é de R$ 2,40, ou seja, 2,4%.

Para o cálculo dos itens abrangidos pela Lei do ICMS, o Ipardes coletou, mensalmente, em Curitiba, cerca de 35 mil preços de produtos consumidos por famílias que possuem renda mensal que varia de 1 a 40 salários mínimos, ou seja, que ganhavam de R$ 465,00 a R$ 18.600,00. A metodologia é a mesma utilizada para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

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A maior queda veio do grupo Artigos de Residência (-3,45%). Os itens de maior destaque foram freezer (-7,41%), roupa de cama (-6,05%), refrigerador (-4,29%) e televisão (-1,85%). Já a maior alta foi verificada em utensílio de metal (7,33%).

O grupo Transporte e Comunicação baixou 2,80% contra alta de 0,11% no IPC. As reduções vieram de peças para veículos (-3,52%) e bateria para veículos (-0,36%).

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No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, o resultado acumulado de abril a setembro foi de queda de 2,10%, já no IPC houve aumento de 0,83%. Destaque para diminuição de preços em creme dental (-6,35%), xampu (-5,67%) e os medicamentos antrigripais (-5,62%), vitaminas (-3,80%), antiinfeccioso (-3,18%) e antiinflamatório (-2,56%).

Os Alimentos e Bebidas registraram queda de 0,97%. Tiverem variação negativa flocos de milho (-8,57%), atum em conserva (-7,94%), água mineral (-7,39%), caldo de galinha (-7,36%), gelatina de frutas em pó (-6,69%) e maionese (-6,07%). Já as maiores altas neste grupo vieram de bacalhau (12,39%) e sopa desidratada (9,84%).

O grupo Vestuário foi o único a apresentar alta (0,14%) contrapondo-se com a a queda de 0,19% no IPC. Quase todos os itens deste grupo foram abrangidos pela redução do ICMS, exceto jóias e relógios, que, no cálculo do IPC, tiveram baixas expressivas influenciando o resultado final.

No Vestuário, destacaram-se com queda os agasalhos – feminino (-33,13%), masculino (-17,77%) e infantil (-14,37%), conjunto esportivo infantil (-27,14%), camisola e pijama feminino (-10,31%), bolsa de mulher (-7,97%), camiseta masculina (-7,77)e sapato feminino (-3,83%).

As altas neste grupo vieram de conjunto esportivo feminino (30,37%), saia e bermuda feminina (21,84%), chinelo (15,96%), conjunto infantil (15,26%), vestido infantil (15,08%) e sandália feminina (14,27%).

Outro grupo com alta, embora menor que a registrada no IPC, foi o de Despesas Pessoais (2,17%), onde os cadernos subiram 10,28%. No IPC, este grupo apresentou aumento de 3,13%. O grupo Habitação não teve itens contemplados pela redução de ICMS.