A adoção da redução da jornada como instrumento para a redução do desemprego divide a opinião de especialistas. Para o Dieese, a proposta das centrais sindicais de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais tem a capacidade de gerar 1.817.749 postos de trabalho.
No entanto, especialistas alertam para os riscos dessa medida. Para o especialista em Direito do Trabalho, José Ubirajara Peluso, a criação de postos de trabalho por meio da redução da jornada de trabalho seria percebida apenas “num primeiro momento”.
Peluso adverte que a redução de jornada sem o corte de salários pode aumentar os custos de produção. “Esse aumento dos custos inviabiliza a expansão do capital, podendo resultar em diminuição da produção, com conseqüências para a economia e o emprego.”
Para o especialista, não há “soluções mágicas” para o impasse. “A redução da jornada deve vir acompanhada de mudanças nos custos da folha de pagamento. Talvez fosse interessante examinar a possibilidade de transferência das incidências de encargos sobre a folha de pagamento para o resultado ou lucro da empresa.”