Já é possível comprar gasolina por menos de R$ 2 em Curitiba. Ontem, primeiro dia da redução de 6,5% no preço do combustível na refinaria, a maioria dos postos passou a vender o litro por R$ 1,99, ou seja, R$ 0,10 menos do que a média até segunda-feira. Em outros estabelecimentos, houve uma redução menor – de R$ 2,09 para R$ 2,03 ou R$ 2,04 -mas ainda havia revendas com gasolina a R$ 2,19, segundo levantamento do Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados do Paraná). Inicialmente, a entidade projetava diminuição de R$ 0,055 no custo da gasolina.

O presidente do sindicato, Roberto Fregonese, considera cedo para avaliar o impacto da queda anunciada pela Petrobras, para o consumidor. “O mercado ainda está muito confuso, mas na sexta-feira, devemos ter uma posição mais real”, avaliou. Ele atribui o patamar de R$ 1,99 à pressão da Texaco, que teria reduzido o preço já na terça-feira. “As outras companhias acompanharam.”

Embora considere positivo para o consumidor o rompimento da barreira psicológica dos R$ 2, Fregonese entende que o valor de R$ 1,99 “é muito forçado”. “Tinha gente com produto estocado a R$ 1,98 e outros, com preço novo, pagaram R$ 1,91”, informou. “Se eu calcular o preço real, fica muito acima disso.” Com uma margem de lucratividade de R$ 0,20 por litro, como apontam as planilhas, o preço final seria R$ 2,11. “Sei a margem que o revendedor precisa para viver. O mercado é insano, pode ter todo tipo de preço. Enquanto estiver nesse patamar, o consumidor tem que aproveitar, mas tecnicamente não é muito recomendável, porque o revendedor não consegue fazer volume para suprir suas necessidades”, pondera.

Transporte

A Urbs – empresa que gerencia o sistema de transporte coletivo em Curitiba – informou que só irá se pronunciar sobre o assunto na semana que vem. A nova presidente da Urbs, Yara Eisenbach, tomou posse ontem e passou a tarde em reunião com os representantes da Comec – Coordenadoria da Região Metropolitana. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o impacto do recuo dos combustíveis nas planilhas do transporte coletivo será analisado amanhã.

Nos fretes, o repasse da queda do diesel dependerá da política de cada empresa, segundo o superintendente do Setcepar (Sindicato das Transportadoras do Paraná), Ricardo MacDonald Ghisi. O diesel representa em média 20% da planilha de custos. “A baixa de R$ 0,08 por litro – de R$ 1,47 para R$ 1,39 – representa uma redução de 6%, que se refletirá em queda de 1% no preço do frete”, estima, salientando que nem todas as empresas conseguiram repassar a inflação de 15,62% dos últimos 12 meses, medida pelo INPC.

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