Brasília – A área plantada no país encolheu 2,7% nesta safra 2006-2007, mas a perda será compensada pela estabilidade climática que ajuda a elevar a produtividade das principais lavouras no Centro-Sul. A previsão é do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira, que adiantou que "devemos colher uma safra recorde de 130,68 milhões de toneladas de grãos".
Ao divulgar o nono levantamento de projeção da safra agrícola, feito entre os dias 21 e 25 de maio, Ferreira ressaltou que o aumento em relação à safra anterior é de 8,1%, quando a agricultura brasileira colheu 120,92 milhões de toneladas. "O clima se manteve favorável e não houve nenhum fato relevante para a agricultura no mês de maio". A última previsão da Conab estimou uma safra de 130,72 milhões de toneladas.
Ferreira disse que os fatos mais relevantes das lavouras de grãos são a recuperação da produção nacional de soja e de milho, que tiveram fortes quedas na safra anterior por causa de condições climáticas adversas em 2005, principalmente nos estados da Região Sul.
De acordo com cálculos da Conab, o Brasil deve colher 58,020 milhões de toneladas de soja, com aumento de 8,60% sobre a safra anterior, e 50,658 milhões de toneladas de milho, um aumento de 19,20% em relação à safra anterior.
A Conab prevê que haverá ganho de produção de 35,90% também no algodão em caroço. Mas em contrapartida o país colhe menos nos dois produtos que formam a base alimentar da população. A safra de arroz está estimada em 11,403 milhões
de toneladas, com quebra de 2,70% em relação à safra anterior, e a colheita de feijão vai render 3,365 milhões de toneladas, com redução de 3%.
O presidente da Conab revelou que a produção nacional de trigo terá acentuada queda nesta safra, com colheita total de 2,23 milhões de toneladas e quebra de 54,2% na comparação com a safra passada. O resultado negativo, segundo ele, é causado pelos baixos preços do produto e da estiagem na época de implantação das lavouras, o que levou muitos produtores a trocarem de cultura. Além disso, houve geadas no período de floração e frutificação no estado do Paraná – maior
produtor nacional de trigo.