Passado um ano desde que o banco Itaú desembolsou mais de R$ 10 bilhões para fechar o capital da Redecard, o mercado começa a ver a segunda maior empresa do ramo a se movimentar. Neste mês, as grandes redes varejistas foram procuradas para trocarem suas máquinas da Cielo pelas maquininhas da Redecard, com descontos de mais de 15% em relação ao concorrente. Alguns empresários dessas redes foram inclusive convidados para um encontro com o próprio presidente do Itaú, Roberto Setúbal. Mas a empresa ainda prefere o silêncio. Por meio de sua assessoria de imprensa só disse apenas “nada a comentar”.
Os números até o segundo trimestre mostram que, por enquanto, o que está acontecendo de fato com a Redecard é que ela está perdendo mercado para a Cielo e a GetNet. Foram 2 pontos porcentuais em seis meses, deixando a Cielo mais de seis pontos à frente. Mas a expectativa de analistas é de que logo a Redecard se recupere, oferecendo descontos e abrindo mão de resultado operacional na empresa de adquirência para ganhar nas operações do banco. O analista Domingos Falavina do JP Morgan diz que apesar de o Itaú já ser o único banco acionista da Redecard havia um conflito de interesses com os acionistas minoritários que impedia a instituição de abrir mão de rentabilidade. “Não temos dúvidas de que a concorrência vai se acirrar em 2014”, diz o analista.
Desde que fechou o capital, os analistas não conseguem mais observar a evolução do lucro líquido. No balanço do Itaú, só é possível ver a evolução da receita. No segundo trimestre, chegou a R$ 1,08 bilhão, cerca de 4% maior do que o mesmo período do ano passado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.