Um modelo alternativo de comercialização foi lançado pelo Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD), com apoio do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), para atender a cadeia produtiva da construção civil. Trata-se da Rede de Transações C3 (Circuito de Consumo e Comércio) Paraná.
Baseada na metodologia desenvolvida pelo Instituto Strohalm de Desenvolvimento Integral, da Holanda, a rede é uma associação civil sem fins lucrativos formada por empresas e profissionais liberais na qual os pagamentos por bens ou serviços são feitos sem a utilização de moeda tradicional, mas com um circulante interno.
?É um conceito novo que deve ser experimentado, a exemplo das experiências bem-sucedidas em outros países?, disse o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, durante o lançamento da rede, na terça-feira (14), no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR).
Segundo ele, a Rede de Transações deve agregar valor à economia sem dispêndio de dinheiro, já que permite transformar em valor algo que está sem uso. Para Rocha Loures, a Rede de Transações pode também contribuir para estimular o empreendedorismo e a empregabilidade por parte dos profissionais liberais, que poderão oferecer o seu conhecimento na área.
O presidente do IPD, Carlos Alberto Gloger, lembrou que a idéia de estruturar a Rede de Transações surgiu em março do ano passado no Seminário de Alavancagem Financeira, promovido pelo IPD em parceria com o Sistema Fiep.
Na Rede de Transações as empresas vendem produtos, recebendo o direito de adquirir o valor equivalente junto a outros participantes. As transações mútuas entre os associados não envolvem juros e CPMF. O meio de troca é o Poder Aquisitivo Interno, que é lastreado em moeda nacional.
O diretor do Sinduscon-PR e vice-presidente da Fiep, Roberto Valente, disse que o sistema libera capital de giro para as empresas operarem com mais segurança. A expectativa, segundo ele, é que este novo modelo de comercialização aqueça o setor da construção civil, aumentando a liquidez, o capital de giro e facilitando a circulação das ofertas e demandas no setor, além de reduzir a ociosidade das empresas.
A Rede de Transações está iniciando a atuação no Paraná junto à área da construção civil porque os empresários do setor já têm a prática do escambo. A intenção, no entanto, é levar a experiência para outros setores. As empresas integrantes da rede devem constituir uma associação civil sem fins lucrativos. Até o final de 2005 a rede estará se estruturando para entrar em operação em janeiro de 2006.