O governo do Paraná deve aplicar neste ano cerca de R$ 112 milhões em projetos de incentivo à ciência e à tecnologia e na melhoria da competitividade das empresas. A estimativa foi feita ontem pelo secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ramiro Wahrhaftig, no primeiro dia de debates do Congresso da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti). O encontro bienal reúne em Curitiba representantes de 108 instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de todo País.
Segundo o secretário, os fundos setoriais do governo Federal contam com cerca de R$ 1 bilhão para investimentos. “A nossa proposta é que cada Estado receba uma cota equivalente ao que representa dentro do PIB do País”, explicou Wahrhaftig. “Neste caso, como o Paraná tem perto de 7% da parcela, receberíamos algo como R$ 70 milhões”, calculou. “Além disso, temos mais R$ 42 milhões do Fundo Paraná, recursos formados por 2% da receita tributária do Estado para o desenvolvimento científico e tecnológico.”
Fomento
Wahrhaftig também lembrou que o Paraná é um dos poucos Estados que destinam parte da receita tributária para estimular o trabalho de pesquisa nas instituições de tecnologia e nas universidades. “Contamos ainda com um dos sistemas de apoio mais bem estruturados do país para implementar uma política de inovação tecnológica”. Segundo o secretário, é um sistema que envolve uma ampla rede de laboratórios e de estímulo à formação de cientistas e criação de novos projetos.
Além de seis universidades, importantes laboratórios como os do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto de Tecnologia para o Desenvolvinento (Lactec), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (Citpar) e Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), o Paraná criou mais recentemente a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que vem apoiando cerca de mil projetos e tem para este ano um orçamento de R$ 13 milhões.
TecnoCentro
O secretário Wahrhaftig lembrou que o Paraná também estará criando ainda neste ano o TecnoCentro Curitiba, especializado no desenvolvimento de empresas nas áreas de tecnologias da informação e comunicação. “A meta é atender o crescente nicho mundial de indústrias das áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), segmento que engloba a internet, telecomunicações, programas de computador e sistemas digitais”, explicou.
Com uma área de 14 mil metros quadrados, o o TecnoCentro abrigará incubadoras industriais, laboratórios, a sede da Rede TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) Paraná, a Universidade Eletrônica do Brasil, o setor de pesquisa da Siemens, além da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O TecnoCentro surge no momento em que o Paraná se firma como segundo pólo de TIC do Brasil, garantindo um faturamento anual de cerca de R$ 2,5 bilhões.