O governador Roberto Requião liberou, ontem, R$ 1.594.131,00 para a instalação de uma usina experimental de biocombustível no Paraná. O projeto será desenvolvido pelas Secretarias da Agricultura e do Abastecimento e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e deverá ser implantado nos próximos seis meses. “O petróleo vai acabar e nós temos que ter combustíveis alternativos. Precisamos desenvolver a tecnologia do biocombustível e torná-lo uma realidade, um exemplo bem-sucedido”, afirmou o governador.
O projeto no Paraná será desenvolvido em duas frentes simultaneamente: enquanto técnicos da Secretaria da Agricultura estudam as melhores fontes de óleo vegetal, o Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar, vinculado à Secretaria da Ciência e Tecnologia, vai desenvolver a tecnologia necessária para a transformação de produto em combustível.
Para o engenheiro Luís Henrique Rosati, chefe do departamento de consultoria técnica do BNDES, é preciso um modelo que produza resultados positivos no País para que haja o desenvolvimento do biocombustível. Rosati, que esteve com o governador nesta quarta-feira, afirmou que o Banco tem interesse em financiar projetos na área de combustíveis renováveis, mas que o País ainda não tem um modelo que sirva de exemplo e desperte o interesse da iniciativa privada.
A matéria-prima que será utilizada na produção do biocombustível paranaense será a de plantas oleaginosas como o nabo forrageiro, o girassol e o caroço de algodão. Após a prensagem da planta, além do óleo bruto, é originada também a torta, ou seja, o bagaço da planta que pode ser servido para as criações. O óleo bruto, depois de processado na usina, é transformado parte em glicerina, parte em óleo combustível.
Segundo Mariano Macedo, presidente do Tecpar, os testes serão realizados em motores movidos a diesel com o biocombustível puro e com o produto misturado a diesel de petróleo em variadas proporções. “Faremos testes de campo em máquinas agrícolas como tratores e colheitadeiras, além de veículos da frota oficial do Estado”, informou.
Segundo o presidente do Tecpar, o laboratório do instituto foi considerado referência nacional e por isso foi escolhido pela ANP para analisar amostras de biocombustível que estão sendo produzidos no Brasil. “Apenas três laboratórios foram selecionados e o nosso foi um deles. Estamos analisando amostras de 12 empresas brasileiras e já fizemos mais de 300 ensaios nos últimos dois meses”, disse.