O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, admitiu nesta terça-feira que “existe espaço na legislação” para o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para ajudar as distribuidoras de eletricidade a arcarem com o custo das térmicas e com a exposição gerada pela desistência de algumas companhias de geração em renovarem suas concessões antecipadamente. Ele ponderou, no entanto, que uma solução definitiva para o problema dependerá de ajustes regulatórios.

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Além do alto custo da energia térmica que vem sendo usada nos últimos meses, as distribuidoras também ficaram descontratadas de parte da energia gerada por Cesp, Cemig e Copel correspondente às concessões de usinas não renovadas que, consequentemente, não entraram nas cotas divididas entre as empresas de distribuição pelo pacote do governo. Para garantir o fornecimento, essas companhias precisam recorrer ao mercado de curto prazo – “de balcão”, no jargão do setor -, que também está mais caro.

“Estamos preocupados com a exposição das distribuidoras, mas a maior parte das alternativas depende de um ato político do poder concedente, do Ministério de Minas e Energia. A decisão cabe ao MME e ao Ministério da Fazenda”, afirmou Hübner.

O diretor-geral da Aneel reconheceu haver espaço para o uso de recursos da CDE, que seriam liberados para essas distribuidoras, mas avaliou que o Tesouro Nacional não deve ser o único responsável por sanear o problema. “Não acredito que isso caminhe para ficar com o Tesouro. Isso é um problema do setor elétrico que deve ser resolvido pelo setor elétrico. Temos que alterar pontos da regulação do setor para revolvermos alguns aspectos”, acrescentou Hübner.

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Ainda assim, concluiu ele, o governo precisará encontrar rapidamente uma solução para os prejuízos que as distribuidoras já tiveram nos últimos meses. “O objetivo é resolver para o futuro com regulação, mas o passivo também precisa de uma solução”, afirmou.