O Banco Central (BC) revelou no Boletim Regional, divulgado nesta sexta-feira, 5, em Curitiba, uma avaliação mais positiva em relação à economia brasileira. Na parte que trata do cenário nacional, o documento afirma que o País se manteve em recessão no primeiro semestre deste ano, mas que nos meses mais recentes os impactos negativos desse cenário sobre os gastos com investimentos e consumo apresentaram relativa acomodação, evidenciada na evolução dos principais indicadores econômicos.

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“No mesmo sentido, o desempenho dos índices de confiança de consumidores e empresários registraram recuperação importante no trimestre encerrado em maio – disseminada nas cinco regiões geográficas – que sugerem perspectivas mais favoráveis para a economia do País nos próximos trimestres”, aponta o documento.

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Segundo o BC, a melhora na confiança é favorecida pelos efeitos positivos do ajuste macroeconômico em curso e pela menor influência de eventos não econômicos, recorrentes nos últimos dois anos. Nesse contexto, o índice de atividade econômica do BC (IBC-BR) recuou 1,0% na margem no trimestre encerrado em maio, retração significativamente inferior à registrada em trimestres anteriores, considerados dados dessazonalizados.

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O BC aponta que o comércio ampliado caiu 2,1% no trimestre encerrado em maio, de -1,7% no trimestre até fevereiro. Já em serviços houve queda de 1,0%. O mercado de crédito tem refletido a moderação observada na atividade econômica. Nesse sentido, o estoque das operações de crédito superiores a R$ 1 mil realizadas no País atingiu R$ 3,1 bilhões em maio, variando -1,0% no trimestre (de -1,8% no trimestre anterior) e 2,4% em doze meses. A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 3,6% no País, em maio, com variações de 0,2 ponto porcentual no trimestre e de 0,7 p.p. em 12 meses.

A evolução do mercado de trabalho também segue influenciada pelo menor dinamismo da atividade econômica nos últimos trimestres. Nesse contexto, foram eliminados 254,2 mil postos de trabalho formais no País no trimestre encerrado em maio, ante -800,5 mil no finalizado em fevereiro e -194,1 mil em igual período de 2015, de acordo com o Caged. “O arrefecimento na eliminação de empregos formais na margem sugere perspectivas de acomodação nesse mercado, compatível com a melhora observada nos indicadores de confiança dos empresários”, diz o Boletim Regional.

Já a produção da indústria caiu 0,2% no trimestre até maio, de -2,8% no trimestre até fevereiro. Segundo o BC, além da melhora na confiança, o setor tem sido ajudado pela continuidade da contribuição positiva do componente externo da demanda agregada.

“A análise da conjuntura recente sugere perspectivas de arrefecimento na retração da economia. Nesse contexto, destacaram-se os desdobramentos positivos do maior dinamismo do setor externo e da melhora nos índices de confiança dos agentes econômicos sobre o desempenho da indústria, contrastando com a trajetória de indicadores relacionados ao comércio e ao setor de serviços, que repercutem o ajuste mais lento nos mercados de trabalho e de crédito”, resume o Boletim.