O ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou que a cura para a deflação no país pode demorar mais do que os dois anos determinados pelo Banco do Japão (BoJ) e disse que a recuperação da economia japonesa está pelo menos “alguns anos” distante.

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Os comentários foram feitos em entrevista ao Wall Street Journal durante a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, EUA, um dia depois de autoridades do G-20 emitirem um comunicado em apoio ao agressivo relaxamento monetário do BoJ, apesar dos possíveis efeitos colaterais do relaxamento quantitativo adotado pelas economias avançadas.

“Vamos dizer alguns anos. De dois a três anos. É o que nós estamos esperando”, declarou Aso em resposta a uma pergunta sobre quanto tempo vai demorar para a economia do Japão crescer firmemente sem estímulos fiscais ou uma política monetária expansionista. Aso também se mostrou cauteloso com relação à meta do BoJ de atingir uma taxa de inflação de 2,0% em dois anos. “Nós achamos que pode demorar mais do que o BoJ espera”, disse.

As declarações sugerem que as economias emergentes devem se preparar para mais alguns anos de abundante fluxo de capital para seus mercados em busca de retornos mais altos, o que pode provocar valorização das moedas locais e, assim, reduzir a vantagem das exportações desses países. Também existem riscos de a ampla liquidez gerar bolhas nos mercados de ativos emergentes.

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Perguntado sobre a possibilidade de os persistentes problemas na Europa e o impasse político nos EUA levarem os investidores globais a aplicarem recursos no Japão, provocando valorização do iene, Aso afirmou que isso é possível, mas improvável. “Os investidores sentem que existe um problema com a situação financeira do Japão”, disse.

“Eu não sei se (uma crise econômica em outro país) levaria a uma ampla compra de JGBs (títulos do governo japonês) porque os retornos deles são muito baixos. Isso pode elevar o iene, mas, honestamente falando, minha aposta é de que isso não seria simples assim.” As informações são da Dow Jones.

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